O presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, prometeu nesta segunda-feira que nem mesmo sua própria família ficará imune de uma investigação sobre supostas irregularidades anteriores ao colapso bancário do país, que levou o governo a fechar um pacote de resgate de 10 bilhões de euros com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional há uma semana.
Anastasiades falou em resposta a acusações trocadas entre órgãos de imprensa a favor e contrários ao governo, de que familiares de políticos proeminentes teriam usado informação privilegiada para proteger seus ativos do confisco a depósitos bancários imposto pelos credores internacionais do país em troca da ajuda.
Segundo o presidente, a comissão responsável pela investigação, que começará nesta terça-feira, vai receber orientações explícitas para não excluir ninguém do inquérito.
"Quero enfatizar que, durante a cerimônia de posse dos três distintos juízes (que vão integrar a comissão), eles receberão a incumbência de investigar tudo que é possivelmente relacionado a mim, incluindo parentes ligados a mim por casamento", disse Anastasiades.
O acordo com a UE e o FMI vai levar correntistas do Banco do Chipre, o maior do país, a ter prejuízos de até 60%, enquanto os depositantes da segunda maior instituição, o Laiki, terão de esperar anos antes de tentar recuperar pelo menos parte de seus investimentos.
A comissão, que terá de publicar a conclusão do seu trabalho em três meses, também vai investigar uma lista de políticos cipriotas, citados pela mídia grega, que teriam tido empréstimos perdoados durante o colapso do sistema financeiro. As informações são da Dow Jones.
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