Presidente do BID vê perspectivas de Brasil crescer

Bianca Ribeiro, enviada especial
15/03/2013 às 23:30.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:56

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luís Alberto Moreno, acredita que, embora o Brasil esteja vivendo um ciclo de baixo crescimento, existe um panorama favorável. "Sou otimista em relação ao Brasil e creio que há boas perspectivas de expansão e fortes investimentos, em razão de grandes eventos esportivos previstos para os próximos anos, como a Copa e a Olimpíada", disse Moreno, nesta sexta-feira, em entrevista à imprensa da 54ª reunião anual do BID, na Cidade do Panamá.

Para América Latina e Caribe, a solução para ampliar a taxa de crescimento também estaria, conforme Moreno, dependente de investimentos. De acordo com o dirigente do BID, há uma expansão prevista para a região para os próximos anos da ordem de 3,6% a 3,7%, com uma taxa de investimento de 3% em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) que, segundo ele, precisaria ser o dobro. "Acreditamos que estamos entrando em uma nova situação de crescimento da região e não contamos com os bons ventos de outros anos", afirmou, mencionando os problemas de países desenvolvidos e a desaceleração chinesa.

Moreno informa que o orçamento do BID para este ano envolve US$ 12 bilhões para financiamentos na região, com 20% para o setor privado, incluindo Parcerias Público-Privadas (PPPs), 50% em projetos voltados para infraestrutura e o restante para obras e projetos de energia alternativa e outros setores que mirem a sustentabilidade em meio à mudança climática.

Ele também vê crescente interesse por parte de investidores em projetos na região, sobretudo aqueles voltados para integração física. "Notamos crescente fluxo de recursos para a região. No ano passado, foram US$ 180 bilhões de investimentos, sendo um terço disso feito entre países da América Latina", destacou. Segundo ele, a luta pelo ganho da competitividade tem gerado melhorias. Há alguns anos, completou, o custo do trabalho na China correspondia a 20% do custo médio da mão de obra na região. "Hoje, essa diferença está em 80% e às vezes até se iguala."

Mobilidade, comunicação, sustentabilidade têm sido os temas da reunião deste ano. São questões críticas para a expansão econômica e social dos países da América Latina e Caribe, mas que podem, por necessidade e oportunidade, gerar a desejada integração física da região.

Para viabilizar o avanço, um exército de banqueiros e investidores são vistos em reuniões paralelas nos hotéis da capital panamenha. Europeus, norte-americanos, asiáticos e também muitos latinos tentam se adaptar ao calor intenso na cidade. O clima certamente se repetirá em 2014, já que a próxima reunião do BID ocorrerá na Costa do Sauípe, na Bahia.
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