Prévia da inflação acumula alta de 7,8%

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
Publicado em 23/07/2015 às 06:31.Atualizado em 17/11/2021 às 01:02.
Em tempos de retração econômica, muitos brasileiros recorrem aos jogos de azar na esperança de melhorar de vida. O problema é que a baforada do dragão alcançou até mesmo as lotéricas. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA 15), divulgado nesta quarta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos 12 meses houve elevação de 47,5% no preço das apostas em Belo Horizonte. 
 
O IPCA 15 fechou em 7,86% no acumulado dos 12 meses na cidade e em 0,57% em julho, o pior resultado para o mês desde 2004, quando ficou em 0,93%.
 
“Apesar do aumento, sempre que posso faço um esforço para jogar na Lotofácil. Quem sabe minha vida melhora?”, afirma, confiante, o vigilante Henrique Spizzirri. 
 
Recentemente, aliás, a Lotofácil, registrou aumento de 33%, saltando de R$ 1,50 para R$ 2. A Quina aumentou 50%, passando de R$ 1 para R$ 1,50, enquanto a Dupla Sena dobrou de preço e hoje custa R$ 2. A Mega Sena, que nesta quarta-feira (22) estava acumulada em R$ 32 milhões e foi responsável pela formação de enormes filas nas lotéricas, saltou de R$ 2,50 para R$ 3,50, elevação de 40%. 
 
De acordo com o presidente do Sindicato das Lotéricas de Minas Gerais, Paulo Cesar da Silva, os valores estavam defasados desde o Plano Real, em 1994. “Não era possível segurar mais o preço”, diz. 
 
Além dos jogos, outros 246 itens compõem o IPCA 15 de BH. Em julho, segundo o analista do Instituto, Antonio Braz, 155 subitens da cesta registraram aumento de preço, enquanto 92 apresentaram queda ou ficaram estáveis. A previsão é a de que o índice gire em torno de 9%, acima do teto da meta, de 6,5%.
 
Com a renda sendo corroída, a cebola, que registrou aumento de 130,40% em 12 meses, está mais contida no cardápio da corretora de seguros Conceição Lopes. O aposentado Leonardo Ribeiro dá preferência aos produtos mais baratos. A única fidelidade dele com marcas é com a cerveja, que aumentou 13,24% em 12 meses. “Esse é o único produto que não dá para substituir. Compro a que gosto e pronto”, diz, bem humorado. 
Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por