
Minas Gerais lidera com folga o número de inscritos no 3º Mundial do Queijo do Brasil, que chega a São Paulo na próxima semana. São 556 produtores rurais, quase o dobro do estado paulista, segundo no ranking do evento, que contará com participantes até da Argélia, Colômbia, Polônia e Irlanda.
O evento ocorre a cada dois anos. Em 2024 será de 11 a 14 de abril, no Teatro B32, um dos principais centros econômicos do país. Por lá estarão queijeiros premiados e outros em busca do reconhecimento. Todos, no entanto, estão a todo vapor com a preparação.
Dentre eles, Tereza Rodrigues, de 41 anos, da Fazenda Saudade, em Ibertioga, no Campo das Vertentes. Ela conta que a produção rural sempre esteve no sangue, sendo passada de geração em geração.
Para “voltar às origens”, Tereza largou a carreira de 15 anos como jornalista, com passagens em importantes veículos de comunicação de Belo Horizonte e Brasília. “Quando fiquei grávida, vi que era o momento de deixar essa vida corrida do jornalismo. Já tinha esse desejo e aproveitei para me aproximar mais da produção rural”.
Em 2018, após o nascimento da filha, entrou de vez na produção do Queijo Minas Artesanal. E não demorou para o reconhecimento chegar. Em 2019, no primeiro Mundial do Queijo do Brasil, a Fazenda Saudade já conquistou uma medalha de bronze.
Essa será a terceira vez que vão participar da competição. E para a disputa deste ano, prometem levar três tipos de queijos: o tradicional Minas Artesanal e dois queijos maturados: um no café, outro na cachaça com mel.
Outro forte candidato a roubar a cena na competição é o queijo Cabacinha produzido na Fazenda Terra Estranha, no Vale do Jequitinhonha. O produtor José Alves, de 61 anos, é sergipano, da cidade de Itabaianinha. Mas veio para o estado mineiro ainda na década de 1970, juntamente com a família. Desde então, se apaixonou pela culinária mineira, principalmente com os queijos.
Em 2001 começou a investir no leite. E em 2009 foi incentivado por vizinhos a fazer o queijo. Segundo ele, o resultado não poderia ter sido melhor. “Foi uma decisão acertada. Hoje o queijo, graças a Deus, está dando muito certo. É o meu orgulho”.
Em 2022, José Alves saiu com a medalha de ouro, como um dos melhores do evento. Para este ano, a expectativa é alta. “Estamos confiantes, pois o padrão de qualidade se manteve o mesmo desde o ano em que ganhamos. Quem sabe o ouro não vem novamente?”.
Além da premiação de queijos, o evento em São Paulo contará com o concurso de melhor fondue do Brasil, além de cursos, palestras e degustações. O festival é promovido pela SerTãoBras, em parceria com a Guilde des Fromagers Internationale.