Apesar de registrar o terceiro maior Produto Interno Bruto (PIB) do país, Minas Gerais ocupa a 14º posição do Brasil quando o assunto é potencial de mercado, segundo o “Ranking de Competitividade dos Estados”, divulgado nessa quarta (18) pelo Centro de Lideranças Públicas (CLP), em parceria com a The Economist e a Tendências Consultoria. No resultado geral, Minas atingiu a 6ª colocação entre os 27 estados da Federação (veja infografia).
A posição é a mesma do ano passado. No entanto, a metodologia do levantamento mudou, motivo pelo qual, segundo a organização do estudo, não é possível afirmar que houve uma estagnação de Minas.
O pilar Potencial de Mercado é um dos dez analisados no estudo. Ele avalia o tamanho do PIB e a taxa média de crescimento do indicador nos últimos quatro anos. De acordo com o professor da escola de Economia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e conselheiro do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon-MG), Cláudio Gontijo, apesar de responder por quase 10% do PIB nacional, o Estado cresce pouco há quase dez anos.
Além disso, nos períodos de retração econômica, Gontijo ressalta que o Estado costuma apresentar desempenhos piores do que a média brasileira devido à vocação minerária. “Em épocas ruins, as pessoas param de comprar, principalmente produtos de bem de consumo, que têm como base minério e aço”.
Ainda de acordo com ele, as políticas econômica e fiscal adotadas pelo governo federal tendem a impactar ainda mais Minas Gerais, com reflexo no levantamento que será realizado no ano que vem. “Os cortes do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, com aumento de impostos, travam o consumo e dão um tiro no pé da economia. No caso, um tiro mais forte no pé de Minas Gerais”, enfatiza.
O indicador produtividade, que faz parte do pilar Capital Humano, também chama a atenção. Com nota 21, a pesquisa aponta que a produtividade em Minas é mais de quatro vezes menor do que a de São Paulo, que possui nota 48. “A participação industrial de Minas no PIB é altíssimo. O número surpreende e aponta que temos que melhorar”.
Baixa mortalidade na infância alavanca sustentabilidade social
As crianças mineiras com menos de 5 anos morrem menos do que em outros estados, puxando para cima a sustentabilidade social de Minas. O resultado do indicador “mortalidade na infância” em Minas gerais é o 3º melhor do país.
Enquanto em Roraima morrem 4,95 crianças menores de 5 anos a cada mil bebês nascidos, nas alterosas os óbitos confirmados são de 2,54. Como reflexo, no pilar Sustentabilidade Social, que engloba 16 indicadores, Minas atinge a 5ª posição. Em Sustentabilidade Social, conforme explica o analista de Finanças Públicas da Tendências Consultoria, Fábio Klein, são contabilizadas todas as ações que mensuram a saúde, como saneamento básico e segurança alimentar. Ele ressalta que a pesquisa leva em consideração as diferenças encontradas em Minas Gerais, que possui municípios muito pobres e outros com elevadas taxas de desenvolvimento.
Ainda conforme o analista da Tendências, em alguns pontos o levantamento reforça a ideia de que Sudeste e Sul são mais desenvolvidos. Mas, em outros, aponta que estados do Norte e do Nordeste superam aqueles considerados mais ricos.
É o caso do pilar Infraestrutura. Minas Gerais ocupa a 12ª posição, enquanto a Paraíba está na terceira.
Em Minas, o indicador “custo de telecomunicações” puxa o pilar para baixo, já que o valor médio do minuto em ligações móveis, segundo Klein, é de R$ 0,31, uma das mais caras do país. Por este motivo, a nota do Estado foi 1. Neste mesmo quesito, a Paraíba, com ligações mais baratas, teve nota 60. Ele explica que as notas variam de 0 a 100. Quanto maior, melhor o atributo do Estado naquele quesito.