O volume de recursos liberados para financiamento de veículos pelos bancos da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef) caiu 6,7% no primeiro semestre na comparação com o mesmo período de 2012. Os dados constam do relatório semestral da entidade que será divulgado na tarde desta quarta-feira e foi antecipado ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. O volume acumulado liberado nos seis primeiros meses de 2013 foi de R$ 54,4 bilhões ante R$ 58,4 bilhões do primeiro semestre de 2012.
Apenas em junho, foram liberados R$ 8,8 bilhões para o financiamento de veículos, uma queda de 5,3% na comparação com maio, quando foram aprovados R$ 9,3 bilhões, e de 18% na comparação com o mesmo mês de 2012 (R$ 10,7 bilhões). Desse modo, a soma dos saldos das carteiras de veículos também registrou queda, totalizando R$ 233,4 bilhões em junho, queda 0,4% na comparação com maio e de 4,7% ante o mesmo período de 2012, quando o saldo era de R$ 245 bilhões.
De acordo com a área técnica da Anef, as medidas tomadas pelas montadoras para aquecer o mercado incentivando a compra de veículos, como oferecer financiamentos a juro zero, prejudicaram os bancos associados. Segundo o presidente da associação, Décio Carbonari de Almeida, o custo de manter essas promoções não é sustentável por muito tempo. "Em países com inflação e taxas de juros baixas, essas promoções são mais comuns. Já no Brasil, o custo para as montadoras subsidiarem o desconto permanentemente é bastante alto, o que dificulta sua manutenção por um longo período."
A taxa média de juros cobrada pelos bancos da Anef foi de 1,23% em junho, 0,01 ponto porcentual a menos que a de maio, de 1,24%. A taxa média anual foi de 15,80%, ante 15,94% em maio. A Anef ressaltou que as taxas médias cobradas pelos bancos de varejo no segmento de veículos ficaram em 1,50% no mês e 19,5% no ano em junho no Crédito Direto ao Consumidor (CDC) da pessoa física e 1,27% ao mês e 16,4% ao ano para a pessoa jurídica.
De acordo com a Anef, o prazo médio dos financiamentos foi de 42 meses em junho. Já a taxa de inadimplência da pessoa física acima de 90 dias teve ligeira queda de 0,3 ponto porcentual em junho na comparação com maio, terminando em 7,2%. Na comparação com junho do ano passado, houve queda de 0,9 ponto porcentual, já que na época a inadimplência estava em 8,1%. Para a pessoa jurídica, a queda foi de 0,2 ponto porcentual na comparação com maio e de 0,1 ponto na comparação anual, terminando junho em 3,5%.
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