Rosenberg destaca mudança do Copom sobre postura fiscal

Francisco Carlos de Assis
18/10/2012 às 13:12.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:20

O deslocamento da postura fiscal de neutra para expansionista e a admissão de que o cenário econômico internacional, particularmente a China, "se apresenta mais desafiador do que se antecipava, foram as duas mudanças mais significativas da ata do Copom divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central (BC) em relação à anterior". É o que aponta a equipe de analistas da Rosenberg & Associados em relatório enviado a clientes após a leitura da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

"A primeira (postura fiscal) contribuiria para a manutenção da taxa de juros, mas, a julgar pelo voto da maioria do Copom, as preocupações com o cenário internacional foram maiores neste momento", escrevem os analistas. Todavia, afirmam, a ata reiterou a mensagem dada no comunicado pós-reunião de que as taxas de juros deverão se manter estáveis por um "período de tempo suficientemente prolongado", desde que não haja alterações "no balanço de riscos para inflação, na recuperação da atividade e na complexidade que envolve o ambiente internacional."

No mais, de acordo com a equipe de analistas da Rosenberg, a ata da última reunião trouxe poucas novidades em relação ao documento anterior. Para os analistas, no que diz respeito à atividade econômica, houve ligeira melhora na avaliação, de modo que o Copom não mais a considera em moderação e no "cenário central contempla ritmo de atividade doméstica mais intenso neste semestre e no próximo ano".

A avaliação quanto à inflação, de acordo com o Departamento Econômico da Rosenberg, também não se alterou, mas o colegiado continua esperando que no acumulado em 12 meses a taxa de inflação ceda de forma "não linear". De acordo com esta expectativa, avaliam os analistas, foi retirada do documento a seguinte menção da ata: "o comitê avalia que a inversão na tendência da inflação contribuirá para melhorar as expectativas dos agentes econômicos, em especial as dos formadores de preços, sobre a dinâmica da inflação neste e nos próximos semestres."

"Ou seja, é possível que tenhamos nova rodada de piora nas expectativas de inflação no curto prazo", ponderam os analistas da Rosenberg. "Com relação às projeções do BC, encontram-se acima da meta central (de inflação) para 2012, 2013 e 2014, tanto no cenário de referência como no de mercado. Todavia, para 2013 as projeções recuaram desde a última reunião", afirmam os analistas da consultoria em relatório.
http://www.estadao.com.br

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