Varejo

Savassi respira otimismo com fim das restrições

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
Publicado em 30/04/2022 às 06:30.

Na Savassi, a expectativa é que a movimentação nas ruas aumente com o fim de restrições como o uso de máscaras faciais (Fernando Michel)

A quantidade de placas de “aluga-se” espalhadas pelas principais vias da Savassi mostram que o bairro, tradicional ponto comercial de Belo Horizonte, ainda sofre com os efeitos da pandemia. Mas a derrubada das últimas restrições provocadas pela pandemia de Covid-19 – dentre elas o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras faciais – traz ânimo para os comerciantes, que apostam em crescimento das vendas e retomadas dos bons momentos do bairro.

Vendedora na Savassi desde os 15 anos, Elcione Almeida, hoje com 52 anos, comemora o gradual retorno do movimento na praça e ruas do bairro. “O último Natal foi muito difícil. O comércio já estava liberado, mas as pessoas ainda escolhiam as compras nos shoppings. Agora a gente vê a praça movimentada e os clientes voltando; é uma satisfação, e a expectativa é de melhoras”, disse.
Marilson Thiago, gerente de uma loja de utilidades domésticas no bairro, cita o fim das máscaras como uma razão para comemorar. “No comércio de rua o contato pessoal é essencial. A gente vende com o sorriso. Antes eu tinha que sorrir com os olhos para criar empatia com meu cliente, agora, a máscara não esconde mais a alegria”, comemorou.

Nem a concorrência com o comércio eletrônico desanima os comerciantes do local, que se sente revigorado para o novo momento já chamado de pós-pandemia. “As redes sociais, para sobreviver na pandemia, foram fundamentais; hoje, porém, a concorrência das grandes redes de comércio eletrônico são um grande desafio. Mas o contato direto e a relação com o público nos dá um diferencial que nos garante a fidelidade na relação com os clientes”, afirmou Alencar Perdigão, proprietário da livraria Quixote, uma das mais tradicionais da região da Savassi.

Procuradas pela reportagem, a CDL-BH (Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte) e o Sindilojas não souberam informar quantas lojas fecharam ou quantas reabriram após a pandemia. Porém, ambas as entidades confirmam a expectativa de retomada e crescimento do comércio na cidade pós pandemia de Covid-19.

Hotéis

Os setores de evento e hotelaria foram um dos mais impactados em Belo Horizonte durante a pandemia de Covid-19. Para se ter uma ideia, em Minas Gerais, 115 hotéis fecharam durante os dois anos de pandemia, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih). Só em Belo Horizonte, 17 hotéis fecharam no período, o que equivale a aproximadamente 20% dos estabelecimentos  em funcionamento na cidade. “Era muito esperada essa flexibilização por parte dos governantes, tendo em vista que a pandemia esta bem controlada, atendemos diariamente vários hóspedes e clientes que vêm de outros estados no qual já não é mais solicitado o uso das máscaras”, comemorou Pablo Ramos, Diretor da Abih-MG.

Em relação às empresas de eventos e promoções, aproximadamente 45% fecharam as portas durante a pandemia, segundo informações do Sindicato das Empresas de Promoção, Organização e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos de Minas Gerais (Sindiprom-MG).

Segundo Karla Delfim, vice-presidente do Sindiprom-MG, desde outubro os eventos voltaram a acontecer em Belo Horizonte, e o fim das principais restrições vão impactar menos no movimento e mais nos custos dos eventos que serão realizados a partir de agora. “A obrigatoriedade de cobrar o teste ou o cartão de vacina na entrada dos eventos exigia um aumento na quantidade de funcionários nas portarias para acelerar a entrada e evitar aglomerações. Agora, sem essa obrigatoriedade, o custo para realização de eventos diminui e auxilia na retomada”, disse.

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