Siderúrgicas querem barrar entrada de aço importado no país

Bruno Porto - Do Hoje em Dia
08/12/2012 às 07:28.
Atualizado em 21/11/2021 às 19:12
 (Divulgação/Usiminas)

(Divulgação/Usiminas)

  O setor siderúrgico quer fechar as portas do país para a entrada de aço estrangeiro, especialmente o chinês. O Departamento de Defesa Comercial (Decom), órgão da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), tem 22 investigações sobre dumping (venda abaixo do preço de custo) nas importações de produtos da China em curso.   Metade das apurações foi requisitada pelos fabricantes de aço ou de produtos que contêm aço. O produto estrangeiro responde por 15% das vendas no mercado brasileiro. Outras 31 investigações contra o país asiático foram finalizadas e medidas antidumping impostas em definitivo.   O Decom concluiu na última quinta-feira (6) parte das investigações solicitadas pela Usiminas sobre prática de dumping na importação de aços laminados planos. Ficou decidido que a entrada de aço da Austrália e Rússia é insignificante e nenhuma medida antidumping foi tomada. A investigação ainda continua para China, Ucrânia, Coreia do Sul, África do Sul e outros países. Do aço estrangeiro no Brasil, 34,4% vêm da China, 29,2% da Ucrânia, 13,9% da Coreia do Sul e 3,8% da África do Sul.   Além da Usiminas, a Vallourec & Mannesmann e a Aperam Inox também pediram investigação, porém sobre a entrada de tubos de aço no Brasil. Considera-se que há prática de dumping quando uma empresa exporta um produto a preço inferior àquele que pratica para o produto similar nas vendas para o seu mercado interno. Para proteger a indústria nacional, quando é constatado o dumping, a União pode impôr alíquotas para importação do produto.   Hoje com representatividade de 15%, o aço estrangeiro representava até 6% antes da crise de 2008. Com a Europa em recessão e a economia dos Estados Unidos patinando, o excesso de oferta de aço no mundo foi direcionado para o Brasil.    “Para 2013, existe a possibilidade de o cenário piorar. A China deve crescer menos, a demanda de aço lá vai cair, e mais aço será direcionado para o resto do mundo”, afirmou o sócio da Principal Investimentos, Leonardo Saliba.   Ele lembra da ironia deste cenário. “O Brasil exportou aço para a China construir suas siderúrgicas”, observa.

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