A Unitec negociará com a montadora Fiat sua entrada na indústria automobilística, onde há um crescente uso de semicondutores em diversas aplicações. Em encontro, nessa sexta-feira (23), em Belo Horizonte, no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), com representantes da indústria, o presidente da Unitec, Frederico Blumenschein, disse que agendou reunião com diretores da montadora italiana e que “espera contar com a Fiat para introduzir soluções no setor automotivo”.

Um estudo recente da consultoria KPMG apontou a robótica e sensores automotivos como um dos setores com mais possibilidade de receitas com semicondutores no médio prazo (horizonte de 3 anos).

O trabalho cita que o setor automotivo tem proporcionado um “mini-boom” para o segmento de semicondutores. A pesquisa entrevistou 155 líderes empresariais do setor.

Larga aplicação

Semicondutores são circuitos integrados (chips) baseados em wafers (fina lâmina de material semicondutor). Tem larga aplicação também na indústria de equipamentos médicos e cartões inteligentes, entre diversas outras.

Dentro do setor automotivo, sua aplicação ocorre em sistemas remotos como trava a distância, controle eletrônico de suspensão, sistemas de conectividade veicular e ou tros. Os detalhes do que a Unitec tratará com a Fiat não foram revelados.

Em 2012 o projeto da fábrica da Unitec foi lançado ainda com o nome de Companhia Brasileira de Semicondutores (CBS).

Após alguns rearranjos societários, o projeto agora ganha forma e, embora ainda não esteja em fase operacional, já desenvolve produtos que ainda este ano serão produzidos em fábricas de terceiros.

Horizonte

“Temos de 40 a 50 pessoas já trabalhando em desenvolvimento. Nós não vamos nos limitar ao desenvolvimento do que temos capacidade de fabricar em nossa unidade porque não somos apenas uma fábrica de semicondutores”, afirmou Frederico Blumenschein.

De acordo com o presidente da Unitec, parte dos equipamentos já adquiridos para a planta da empresa em Ribeirão das Neves chegarão ao Brasil em janeiro.

A previsão é a de que entre março e abril se inicie o encapsulamento de algumas linhas de produtos. A empresa também está de olho em contratos públicos, e desenvolve em parceria com a Fiocruz um dispositivo capaz de acelerar o diagnóstico de pacientes com alguns tipos de bactérias. Um outro plano no setor público são iluminações de Led, dentro de um programa chamado Cidades Inteligentes.