A Usiminas Mecânica, braço da Usiminas no setor de bens de capital, demitiu 112 trabalhadores, e atingiu nos cinco primeiros meses do ano um total de 279 desligamentos na sua unidade em Ipatinga, no Vale do Aço. A empresa atua nos segmento de estruturas metálicas, naval e offshore, óleo e gás, equipamentos industriais e vagões ferroviários.
A Usiminas, que controla a empresa, apresentou no primeiro trimestre deste ano um prejuízo líquido de R$ 235 milhões. No trimestre anterior também havia fechado no vermelho, com prejuízo de R$ 117 milhões.
Os dados sobre os cortes de emprego são do Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região (Sindipa), que promoveu na última sexta-feira paralisação de um dos turnos na porta da empresa. Novas mobilizações com paradas de mais de um turno ainda podem ocorrer.
“Apesar da demissão em massa, a empresa não abre negociações ou sequer apresenta uma justificativa. Enviamos um comunicado pedindo uma reunião com a diretoria, e se não houver reposta faremos novas mobilizações”, afirmou o diretor do Sindipa, Geraldo Magela Duarte. Segundoo Sindicato, há hoje 1000 trabalhadores na unidade.
Indicadores
De acordo com ele, as demissões na empresa ganharam fôlego em 2014, quando foram dispensados 541 trabalhadores. Os últimos dados financeiros da Usiminas Mecânica, referentes ao primeiros trimestre deste ano, apontam para melhora dos indicadores em relação ao trimestre anterior. Na comparação do primeiro trimestre deste ano em relação ao último de 2014, o lucro bruto da empresa deu salto de 85,7%, passando de R$ 14 milhões para R$ 26 milhões. A alta, segundo o balanço financeiro, ocorreu “em função da maior rentabilidade de sua carteira de projetos neste período, devido a ganhos reais de produtividade e redução de custos e despesas”.
A controladora da Usiminas Mecânica, a Usiminas, também enfrenta um cenário adverso e, conforme o sindicato, recorreu às demissões como forma de conter as despesas. “Não vemos na Usiminas redução de produção, mas há a troca de trabalhadores por profissionais de remuneração mais baixa”, disse Duarte. Foram, segundo o Sindipa, 111 demissões de janeiro a abril deste ano. No total, em 2014, o sindicato homologou 426 dispensas na companhia.
Em nota, a Usiminas não confirma os números, mas admite o ambiente desfavorável. “Em face das atuais condições econômicas adversas vividas pelo setor siderúrgico e de bens de capital, (a empresa) está avaliando constantemente o equilíbrio entre a demanda do mercado e o seu quadro de pessoal. No entanto, o foco da companhia tem se concentrado no aumento da eficiência operacional de suas linhas de produção, buscando preservar ao máximo a força de trabalho”.
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