As vendas no varejo cresceram 7,34% em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado e subiram 1,1% ante março, informou a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), com base no levantamento realizado junto com o Sistema de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). A pesquisa é feita com mais de 150 milhões de cadastros de pessoas físicas (CPFs) em 800 mil pontos de vendas.
O resultado de abril demonstra, de acordo com economistas da CNDL e do SPC Brasil, que "o mercado de crédito continua apresentando expansão considerável neste início de ano, motivado, sobretudo, pelos índices recordes de empregabilidade e de oferta de crédito, com prestações alongadas e juros mais baixos".
A entidade destacou, ainda, que o movimento nas lojas foi beneficiado pela maior quantidade de dias úteis e ausência do feriado prolongado da Páscoa, que caiu em março. No acumulado do ano, o crescimento chega a 8,5%.
A inadimplência subiu 5,84% em abril ante o mesmo mês do ano passado e 0,12% sobre março. O aumento, no entanto, é o menor desde agosto de 2012. Para a CNDL, a proximidade com o Dia das Mães impulsionou as vendas do comércio e a regularização de dívidas. O índice de recuperação de crédito cresceu 6,92% em abril na comparação com o mesmo mês de 2012 e 3,92% em relação a março deste ano.
No acumulado do ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, a inadimplência subiu 8,72%. "O período mais crítico da inadimplência é o mês de março, quando o bolso do consumidor fica mais pesado para quitar tanto as prestações das compras a prazo contraídas no Natal como as contas tradicionais de início de ano, como IPTU, IPVA e rematrículas escolares", avaliou a economista do SPC Brasil, Ana Paula Bastos.
O presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, prevê que as vendas no varejo devem crescer 6% neste ano. Ele avalia como "positivos" os dados apresentados. "Os números mostram que ainda tem espaço, principalmente no segundo semestre, de uma manutenção do crescimento de venda baseada na concessão de crédito", afirmou.
Inflação
De acordo com Pellizzaro, a inflação registrada no Brasil nos últimos meses não reduziu vendas, mas provocou uma mudança nos produtos consumidos, uma migração da compra de produtos premium para produtos de menor qualidade. "Isso acontece no setor farmacêutico, por exemplo. "As marcas premium estão sofrendo", afirmou.
Pellizzaro disse, ainda, que a inflação no setor de alimentos é a mais preocupante, "tanto para a CNDL quanto para qualquer governo". "Com inflação nos alimentos, a pessoa se sente mais pobre todos os dias, toda vez que vai ao mercado", disse.
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