Uma semana após professores cruzarem os braços, UFMG diz que greve é 'justa'
Além de afirmar que reconhece a legitimidade da paralisação, universidade diz que mantém diálogo com docentes e técnicos
Uma semana após os professores entrarem em greve, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) se manifestou sobre as reivindicações dos docentes e dos trabalhadores do setor técnico-administrativo, que criticam a proposta de reajuste salarial apresentada pelo Governo Federal. Nesta terça-feira (23), a instituição informou que considera "justa" a demanda dos servidores e busca o diálogo com as categorias.
Para a UFMG, é preciso “estabelecer consenso para garantir os serviços essenciais próprios de cada unidade e órgão”. Os dirigentes também informam que após o término da greve, um eventual ajuste no calendário acadêmico será analisado (leia abaixo a íntegra do comunicado). O número de profissionais que participa do movimento não foi informado nem o total de alunos afetados.
Greve
Professores das universidades federais, institutos federais e centros federais de educação tecnológica estão de greve desde a semana passada. Os trabalhadores rejeitaram a proposta apresentada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos na última Mesa Setorial Permanente de Negociação.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições do Ensino Superior (Andes), a proposta apresentada pelo governo federal foi de reajuste salarial zero, com aumentos apenas no auxílio alimentação, que passaria de R$ 658, para R$ 1.000; no valor da assistência pré-escolar, de R$ 321 para R$ 484,90, além de 51% a mais no valor atual da saúde suplementar.
Além do reajuste de 22,71%, em três parcelas de 7,06%, os professores querem a revogação da portaria do Ministério da Educação 983/20 que estabelece aumento da carga horária mínima de aulas e o controle de frequência por meio do ponto eletrônico para a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.
Leia a íntegra da nota publicada pela UFMG:
A UFMG reconhece a legitimidade e considera justas as reivindicações dos servidores técnico-administrativos em educação e docentes junto ao governo federal. Greve é um direito constitucional da classe trabalhadora e compete aos sindicatos e a cada servidor a decisão de como e quando exercê-lo. Empenhado na manutenção do diálogo e da gestão democrática, este reitorado tem realizado reuniões com o comando de greve dos docentes e dos técnico-administrativos e acompanhado de perto as demandas e as negociações, procurando dialogar e estabelecer consenso para garantir os serviços essenciais próprios de cada unidade e órgão.
Comprometida com a defesa do interesse coletivo, com a valorização de seus servidores, com o respeito à garantia dos direitos e com o fortalecimento de nossa instituição, a administração central da UFMG comunica que, como historicamente é feito, após o término da greve, caso seja necessário, eventual ajuste no calendário acadêmico será apreciado e deliberado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), segundo os termos do Regimento Geral da UFMG e da legislação vigente sobre o tema.
Com os nossos cumprimentos cordiais,
Belo Horizonte, 22 de abril de 2024.
Sandra Regina Goulart Almeida - reitora
Alessandro Fernandes Moreira - vice-reitor
Leia mais: