Egito intensifica segurança para oposição

Agencia Estado
07/02/2013 às 17:06.
Atualizado em 21/11/2021 às 00:49

A segurança dos opositores do governo do Egito foi intensificada nesta quinta-feira, depois de vários clérigos terem emitido éditos religiosos, chamados de fatwas, pedindo a morte dos opositores. As declarações dos clérigos levantaram temores sobre a possibilidade de realização de crimes como o que o vitimou um líder da oposição tunisiana, morto a tiros na quarta-feira.

O primeiro-ministro do Egito, Mohammed Morsi, e a Irmandade Muçulmana, que formam a espinha dorsal da liderança do país, condenou os éditos e a promotoria iniciou uma investigação contra um dos clérigos.

O assassinato do líder tunisiano Chokri Belaid e as fatwas no Egito provocaram alvoroço nos dois países e levantaram temores de que os extremistas religiosos poderiam se transformar em assassinatos para silenciar os críticos das leis islamitas.

No Egito, os extremistas reagiram com fúria a uma onde de protestos contra o Morsi, iniciadas no final de janeiro. As manifestações se transformaram em violentos confrontos com a polícia.

Auxiliares de Morsi e integrantes da Irmandade Muçulmana descreveram os manifestantes como vândalos e criminosos e acusaram os políticos de oposição de tolerar ou até mesmo alimentar as tentativas de derrubar o presidente.

Usando retórica semelhante, vários clérigos conhecidos declararam, na última semana, que punições sob a lei islâmicas para aqueles que causam o caos ou tentam derrubar o governo se aplicam aos manifestantes e aos líderes opositores. Dentre as punições sugeridas estão morte, crucificação e amputações.

Outro clérigo disse que a violência sexual contra mulheres manifestantes na praça Tahrir na última semana foram justificadas, afirmando que elas são "ou cruzadas (cristãs)...ou viúvas que não têm ninguém para controlá-las".

Após críticas ao silêncio do governo sobre as fatwas, o primeiro-ministro Hesham Kandil advertiu nesta quinta-feira que tais éditos podem levar à "sedição e distúrbios". "Estes éditos extremistas não têm qualquer relação com o Islã", disse Kandil, segundo a agência estatal de notícias. As informações são da Associated Press.
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