(Mahmoud Khaled/AFP)
Centenas de milhares de manifestantes se reuniram nesta terça-feira (4) em frente ao palácio presidencial no Cairo, em protesto contra os decretos que deram superpoderes ao presidente Mohammed Morsi. Também ocorreram manifestações contra Morsi em Alexandria, segunda maior cidade do país, com 10 mil pessoas gritando slogans contra o presidente e seu grupo político, a Irmandade Muçulmana. No Cairo, a polícia tentou dispersar 100 mil manifestantes com gás lacrimogêneo mas não conseguiu. Os manifestantes cortaram o arame farpado e forçaram a polícia a bater em retirada, mas até o começo da noite de hoje ainda não havia invadido o palácio presidencial. Morsi estava no palácio quando o protesto começou mais cedo, mas foi retirado por agentes da segurança e levado para casa. Segundo informações da Agência France Presse (AFP), a tropa de choque protegia a entrada do palácio para evitar uma invasão dos manifestantes.
Os manifestantes, muitos dos quais seculares e esquerdistas, gritam "vá embora" e pedem a renúncia de Morsi, que em 22 de novembro emitiu um decreto que lhe deu superpoderes, ficando acima do judiciário. Pelo menos 18 pessoas ficaram feridas nos tumultos desta terça-feira, informou a agência de notícias Mena, do governo. Centenas de manifestantes também cercaram a casa de Morsi, em um subúrbio luxuoso perto do Cairo. A multidão não tentou invadir a residência do presidente, mas gritava: "abaixo os filhos dos cachorros" e "nós somos o povo e somos o poder". O cachorro é considerado um animal impuro pelos muçulmanos.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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