Egito ordena prisão de líderes da Irmandade Muçulmana

Agencia Estado
Publicado em 10/07/2013 às 09:48.Atualizado em 20/11/2021 às 19:55.

O promotor-geral do Egito ordenou a prisão do líder espiritual da Irmandade Muçulmana e de outros nove chefes do grupo sob a acusação de terem incitado a violência que deixou mais de 50 partidários da Irmandade mortos em confrontos com militares nesta semana.

O escritório da promotoria geral informou em comunicado nesta quarta-feira que emitiu mandados de prisão para Mohammed Badie, assim como para seu vice e homem forte, Mahmoud Ezzat. Outros oito líderes do grupo também estão sendo procurados.

Segundo o comunicado, os líderes islamitas são suspeitos de incitar os episódios de violência que aconteceram do lado de fora do prédio da Guarda Republicana, segunda-feira, no Cairo, que deixaram 54 mortos.

Badie é uma figura reverenciada entre os seguidores da Irmandade, a quem fazem um juramento de absoluta obediência. Ele fez um discurso inflamado na tarde de sexta-feira aos seguidores do presidente deposto Mohammed Morsi, convocando os manifestantes a manter seus protestos e proclamando que "somos seus soldados e vamos defendê-lo com nossas vidas".

A Irmandade tem sido ambígua nos últimos dias, já que incita seus partidários a protestar contra o novo governo militar, ao mesmo tempo de faz advertências sobre a violência.

Os militares disseram que os disparos feitos na manhã de segunda-feira foram iniciados por membros da Irmandade, que abriram fogo contra soldados que faziam a segurança do prédio da Guarda Republicana. Já os líderes do grupo afirmam que o tiroteio foi uma massacre realizado com o objetivo de minar a determinação dos partidários de Morsi.

Em relatório divulgado na manhã desta quarta-feira, a Anistia Internacional diz que "provas contundentes" indicam o uso de "força excessiva" pelo Exército "contra os manifestantes pró-Morsi".

"Apesar das afirmações dos militares de que os manifestantes atacaram primeiro durante os confrontos de segunda-feira e de que nenhuma mulher ou criança foi ferida, relatos em primeira mão coletados pela Anistia Internacional mostram um cenário diferente", disse Hassiba Hadj Sahraoui, vice-diretora do Programa para Oriente Médio e Norte da África da Anistia Internacional. "Mesmo que alguns manifestantes tenham usado de violência, a resposta foi desproporcional e levou à perda de vidas e ferimentos entre manifestantes pacíficos." Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.


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