Eleições 2016 e 2018 melam aliança de Aécio e Lacerda

Publicado em 02/07/2016 às 06:00.Atualizado em 16/11/2021 às 04:08.

Como antecipei aqui, o rompimento eleitoral entre dois aliados – o PSB do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, e o PSDB do senador Aécio Neves – terá efeito cascata sobre o quadro político, promovendo a pulverização do quadro sucessório na sucessão municipal. 

Desse lado, a pulverização aconteceu mais pela incapacidade de aglutinação e desentendimento. Os tucanos se cansaram de esperar o prefeito e anteciparam o caminho. Vão de João Leite (deputado estadual), enquanto Lacerda preparava e “engordava” o desconhecido nome do PSB, Paulo Brant (presidente da Cenibra).

Lacerda pedia tempo aos aliados enquanto passeava com Brant pela periferia de BH, onde o apresentava como seu candidato. Passada a fase dos blefes, agora, ele terá que procurar um par forte para ele, o que está em falta no mercado. Terá que apelar para partidos menores, que têm o olho grande e pouco a oferecer. 

João Leite ganhou o consenso de tucanos e aliados, na noite de quinta-feira, e sairá fortalecido já na próxima segunda, quando os partidos, um a um, anunciarão gradualmente a adesão. O primeiro será o DEM; depois virão o PPS, que poderá indicar o vice, o PP, e, talvez, o Solidariedade. Aécio abriu o lançamento de João Leite reconhecendo que a política é feita de encontros e desencontros. 

O momento foi de desencontro com Lacerda, para quem ainda mandou recado, avisando que política é “exercício de solidariedade”. Aécio o apoiou em duas eleições para prefeito e esperava a compensação para agora e 2018. As portas não estão fechadas entre eles, até porque haverá segundo turno, mas, por precaução, o prefeito já está conversando com os rivais. 

O tucano confirmou seu interesse pelo resultado na capital mineira, adiantando que será o primeiro passo para “recuperar” o Estado e ganhar a Presidência da República em 2018. Até lá, há muitos beques (russos) pela frente.

Do outro lado, do governador Fernando Pimentel e de seu PT, a pulverização é estratégia. Incentivará até cinco candidaturas para que uma delas chegue ao segundo turno e, com apoio das outras, vença o inimigo. 

Temer tem três prioridades

A pesquisa Ibope repetiu, ontem, avaliação semelhante à divulgada há 20 dias pelo instituto (MDA). Para o governo substituto de Michel Temer (PMDB) isso pouco altera, nem mesmo para os rumos da política nacional. 

Seus dados não vão alterar o voto dos senadores no impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), salvo fato novo e gravíssimo. Não são o caso das pesquisas nem da perícia feita pelo Senado que isenta Dilma das pedaladas fiscais e só a responsabiliza pelos créditos suplementares. 

Pesquisas ou popularidade não são as prioridades do governo provisório, que tem outras três. A primeiríssima é concluir o processo de impeachment, com o afastamento definitivo da presidente. A segunda, que é derivada da primeira, é manter a governabilidade no Congresso, ou seja, aprovar os projetos para ajustar a economia. Por último, obter os resultados, com a reação da economia e a retomada de crescimento. 

Se tiver capacidade para tudo isso, terá ao final a popularidade que fizer por merecer. 

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