RIO DE JANEIRO – Um mês depois de a Eletronuclear anunciar que a conclusão da Usina Nuclear Angra 3 atrasará sete meses, o presidente da empresa, Othon Luiz Pinheiro da Silva, admitiu, nesta terça-feira (23), uma demora maior na construção e montagem da unidade.
Os problemas que afetam a obra retardaram a previsão de entrada em funcionamento para julho de 2016. Segundo o presidente da Eletronuclear, o atraso de sete meses no cronograma inicial, que previa a conclusão de Angra 3 em dezembro de 2015, foi provocado pela necessidade de reforçar as medidas de segurança.
Outra dificuldade são recursos e impugnações apresentados por empresas participantes da licitação para a montagem eletromecânica da usina. Um dos casos é o de uma empresa não habilitada na fase de pré-qualificação, que aguarda julgamento do Tribunal de Contas da União (TCU).
Othon Luiz explica que a obra tem quatro grandes áreas: a construção civil, o fornecimento de equipamentos nacionais, a montagem eletromecânica e o fornecimento por empresas estrangeiras de equipamento de instrumentação e controle.
“Seria irresponsabilidade descartar outros problemas. Nós acompanhamos tudo, mas a garantia de que os fabricantes vão entregar os equipamentos na data certinha é impossível”, disse o presidente da Eletronuclear.
Mais de 40% da obra foram concluídos até o momento. A previsão inicial era que 60% da construção estivessem prontos, caso não houvesse atraso no cronograma. A Usina Nuclear Angra 3 terá capacidade de gerar 1.405 megawatts (MW), o suficiente para atender às cidades de Belo Horizonte e Brasília.