Em bate-papo, Jemerson relembra trajetória e vê Galo focado na decisão da Copa do Brasil

Frederico Ribeiro e Wallace Graciano – Hoje em Dia
Publicado em 12/11/2014 às 10:17.Atualizado em 18/11/2021 às 04:59.

O jovem zagueiro Jemerson, de 22 anos, assumiu a condição de titular do Atlético em um momento complicado: além de substituir o capitão da equipe, Réver, que sofreu uma grave lesão, ele teria de mostrar trabalho justamente em uma decisão continental. Apesar da pressão, ajudou seus companheiros a superar o Lanús, da Argentina, e conquistar a Recopa Sul-Americana.

Cinco meses se passaram e agora ele terá pela frente outra decisão importante. Desta vez, o adversário será o Cruzeiro, arquirrival do Galo. Nada que o assuste. Ciente da responsabilidade que terá nesta quarta-feira (12), o zagueiro mostra personalidade ao falar sobre sua trajetória e a do Atlético na busca pelo título inédito da Copa do Brasil.

Em entrevista ao Hoje em Dia, o jovem agradeceu aos “professores” que tem no dia a dia do Atlético, relembrou a caminhada heroica na Copa do Brasil, mas garantiu que os jogos contra Corinthians e Flamengo já são coisa do passado. Segundo o defensor, o grupo alvinegro precisa estar totalmente focado no duelo contra a Raposa para entrar de vez na história do clube.

Assim como outros jogadores da base, você passou um período no Democrata de Sete Lagoas. Quem te acompanhou lá diz que você mudou da água para o vinho. O que foi primordial para essa evolução?

Acho que foi uma evolução normal, que vem com o amadurecimento, com o trabalho. Todo jogador, quando é mais novo, tem as dificuldades que precisa corrigir e também se aprimorar naquilo que é bom. Esse foi o meu foco: procurei fazer as duas coisas. Consertar os erros e melhorar nos meus pontos fortes. Essa passagem pelo Democrata foi muito importante não apenas para mim, mas para todos os jogadores da base que também foram pra lá.

Desde 2011, quando o Leonardo Silva passou a formar a dupla de zaga com o Réver, a bola aérea do Atlético, tanto ofensiva, quanto defensiva, passou a ser muito elogiada. Com a contusão do Réver, chegou-se a temer a queda de qualidade nesse fundamento, mas você conseguiu suprir bem a ausência do capitão. A que se deve isso?

Isso é fruto de muito treinamento, especialmente do posicionamento dos jogadores. Se estivermos bem posicionados já é meio caminho andado para não tomarmos gols ou para ganharmos uma bola parada no ataque. Hoje em dia, com jogos cada vez mais disputados, tem feito a diferença a nosso favor.

Muito se fala da influência do Leonardo Silva no seu futebol, mas o Réver, a quem você esta substituindo, também mantém conversas com você?

O Réver é o nosso capitão e sempre ajuda no que é possível, mesmo nesse período em que está de fora. Eu ainda sou novo e tento aprender o máximo possível com ele, o Léo, o Edcarlos, o Emerson, o Tiago e os outros companheiros da defesa. Conversamos bastante, eles me orientam, me ensinam algumas coisas. Procuro absorver tudo isso como experiência e aprendizado. Todos eles são exemplo pra mim, e acho que não poderia ter melhores professores dentro de campo.

A equipe já mostrou que acredita muito no próprio potencial. Mas dentro do campo, naquele momento de tensão nas classificações heroicas contra Corinthians e Flamengo, é possível conciliar raça e equilíbrio tático? Há uma conversa entre os atletas quando a adrenalina está no pico durante as partidas, ou é falar menos e jogar mais?

Não só é possível como fundamental. Nós estávamos em desvantagem nessas duas partidas, mas entramos em campo extremamente focados no que deveríamos fazer. A hora certa de impor um ritmo mais forte, de agredir mais o adversário, mas também na hora de segurar um pouco mais. Se jogássemos de maneira desorganizada, provavelmente nossos adversários teriam aproveitado alguma brecha para fazer gols e complicaria ainda mais a nossa vida. Flamengo e Corinthians são equipes de qualidade e bem organizadas, não podíamos vacilar, e jogamos no limite nos dois jogos.

Como foi o clima no vestiário do Mineirão durante os intervalos de Atlético x Corinthians e Atlético x Flamengo, sendo que ainda faltavam dois e três gols, respectivamente, para a classificação? O que o Levir falou que inflou o time de confiança e esperança?

Esse grito da torcida, o “eu acredito”, acho que mostra bem o que é o nosso grupo. Mesmo precisando fazer tantos gols em tão pouco tempo, nós nunca deixamos de acreditar que era possível. No vestiário todo mundo tinha o mesmo pensamento: “vamos ganhar”, “vamos virar”, era isso o que todo mundo dizia. E nós sabíamos que era uma estrada sem volta. Era voltar pro campo e “matar” o adversário ou quem seria eliminado era a nossa equipe.

Você teve como “prova de fogo” a final de uma Recopa Sul-Americana. Saiu elogiado. Agora terá pela frente um dos ataques mais difíceis de ser combatidos do país e em uma decisão que promete ser histórica.  Como está sua preparação e da equipe para a final contra o Cruzeiro?

A decisão da Recopa foi muito especial pra mim. Infelizmente, a oportunidade veio na lesão de um companheiro e jogador tão importante pra gente, que é o Réver. Mas procurei entrar, fazer o meu melhor e acho que fui bem. Esperei muito por uma chance de entrar no time e não ia desperdiçar.

Agora vem mais uma decisão e estou completamente focado nesse jogo de quarta. Sabemos que do outro lado terá uma equipe que também quer muito ganhar, mas vamos fazer de tudo para sairmos do Independência com um resultado positivo para o Atlético. É importante ter tranquilidade e estar concentrado, pois sabemos da qualidade deles. Por outro lado, também temos consciência do que podemos fazer e da força do nosso grupo. O que fizemos nesses últimos jogos na Copa do Brasil já ficou para trás. Vamos em busca de escrever nossos nomes na história do Galo mais uma vez.

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