Em réplica, Henry Wagner rebate "falácias" dos defensores de Bruno

Thais Mota - Hoje em Dia
Publicado em 07/03/2013 às 19:23.Atualizado em 21/11/2021 às 01:41.
 (Renata Caldeira/TJMG)
(Renata Caldeira/TJMG)

O promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro iniciou, por volta de 18h55 desta quinta-feira (7), sua réplica sinalizando que vai rebater cada uma das "falácias" ditas pelo advogado do goleiro Bruno Fernandes, Lúcio Adolfo.

O representante do Ministério Público (MP) negou que Jorge Luiz Rosa, então menor à época dos fatos e responsável pela denúncia que culminou na prisão de Bruno, tenha sido maltratado. "Não houve falta de cuidado no recebimento desta prova", disse o promotor se referindo ao adolescente. 
 
Henry Wagner disse, ainda, que o primeiro depoimento concedido por Jorge Luiz não aconteceu em uma delegacia, e sim ao juiz da Infância e Juventude da comarca de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no dia 13 de julho.  
 
Neste depoimento, o jovem teria confirmado tudo que já havia sido dito na representação e informou que procurou seu tio para desabafar. O menor teria dito que tinha medo de ficar na rua porque Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", acusado de ser o executor de Eliza Samudio.
 
O promotor sustentou, ainda, que Jorge disse em seu depoimento que ouviu Luiz Henrique Ferreira Romão, o "Macarrão", conversando com "Bola" no telefone, três dias após o crime, e combinando o pagamento ao ex-policial. O menor teria dito que ouvi o braço-direito de Bruno dizendo que o goleiro ainda não tinha recebido, mas tão logo o dinheiro caísse em sua conta o pagamento seria efetuado. 
 
Em seu depoimento à delegada Ana Maria Santos, no dia 14 de julho, Jorge Luiz disse que "Bola" também teria ligado para "Macarrão", no dia 10 de junho por volta das 22 horas, mas o braço-direito de Bruno não teria dito nada porque estava com ele e com Eliza Samudio.
 
O promotor rebateu a acusação feita por Lúcio Adolfo de que ele teria afirmado que Jorge Luiz era mentiroso, e mesmo assim tenha baseado sua denúncia no depoimento do menor. Segundo Henry Wagner, o que ele disse foi que o jovem mentia ao dizer que não conhecia o "Bola" em entrevista ao Fantástico. "Só em seu depoimento, Jorge mencionou o nome de 'Bola' por oito vezes", completou.
 
Ainda em seu depoimento à Justiça, Jorge teria dito que "Macarrão" orientou que ele utilizasse a arma que estava no veículo Land Rover, caso Eliza Samudio, que era levada do hotel onde estava hospedada para a casa de Bruno no Recreio dos Bandeirantes, reagisse. "Após agredir a vítima, ele teve consciência que Eliza estava sendo sequestrada", disse o promotor.
 
Em resposta às vendas distribuídas pelo advogado Lúcio Adolfo, Henry Wagner disse que os jurados nãos as utilizassem. "Não quero que vossas excelências vendem os olhos. Rasguem estas vendas que lhe foram dadas e vejam as provas e os fatos. O que vossas excelências merecem são rosas".
 
Arrolado como testemunha da defesa e da acusação no julgamento de "Macarrão" e Fernanda Gomes de Castro, Jorge Luiz não depôs porque a juíza Marixa Fabiane indeferiu o pedido do promotor Henry Wagner, já que o adolescente estaria em um programa de proteção à testemunha.
 
Neste julgamento, Jorge não depôs porque optou por não mais se expor. "A defesa prometeu trazê-lo sem intimação. Mas ele veio? Não, não veio porque a defesa não tem vergonha na casa e não trouxe", completou o promotor.

Henry Wagner disse, também, que Jorge afirmou em um de seus depoimentos que tinha ido até a casa de "Bola" com "Macarrão", em outra ocasião, antes da data em que Eliza foi assassinada. Além disso, o menor disse que teria conhecido o ex-policial quando tinha 15 anos. 
 
Com esse argumento, a promotoria desconstrói a tese do advogado Lúcio Adolfo, que disse não acreditar que Jorge tenha conseguido levar a polícia até a casa de "Bola" se o jovem teria ido lá apenas uma vez e durante a noite.

Atualizada às 20h03
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