Em tempo de quaresma, preços altos no grupo alimentação

Jornal O Norte
05/04/2007 às 10:03.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:01

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Mal os brasileiros receberam o aumento do salário mínimo e já vão entrar no mês de abril sofrendo a elevação dos preços dos alimentos. Apesar de os alimentos já virem sofrendo acréscimo desde o início do ano, o índice de preço ao consumidor revela que alguns alimentos apresentaram alta de até 1,35%.

As donas de casa devem se ater principalmente ao preço dos peixes, produto mais cobiçados agora no período da quaresma. Há variações de preço de estabelecimento para estabelecimento em Montes Claros. Por isso, o Procon avisa que vale pesquisar os preços não só nas peixarias, mas também nos supermercados e sacolões.

Nos sacolões as frutas, legumes e verduras como o tomate a laranja, chuchu, pimentão e vários outros subiram significativamente. Com a chegada do período de estiagem no Norte de Minas a produção nas hortas volta a se intensificar e logo o consumidor poderá, se quiser, alternar a alimentação substituindo os alimentos que estão caros por aqueles mais em conta, como é o caso da abóbora.

Além do tomate, outros itens alimentícios mereceram destaque no final de março. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, a melancia subiu 42,19%; a batata inglesa, 12,03%; o café em pó, 4,94%; e a laranja-pêra, 9,17%. Somados ao tomate, estes alimentos contribuíram com 0,26 ponto porcentual de todo o IPC do mês passado.

De acordo com Paulo Picchetti, pesquisador da FGV, o IPC de março só não foi maior porque contou com a contribuição negativa dos preços dos grupos educação e vestuário. O primeiro recuou 0,40% e contribuiu com -0,03 ponto porcentual. O segundo diminuiu 1,51% e contribuiu com -0,06 ponto porcentual.

Em estados como São Paulo, segundo a pesquisa, Os alimentos apresentaram alta de 1,35% no mês e contribuíram com 0,40 ponto porcentual do índice no período. No encerramento do mês passado, o IPC-S paulistano subiu 0,42%, ante 0,39% da terceira quadrissemana de março e uma projeção de 0,30% realizada por Picchetti. Toda a dinâmica vem deste grupo (Alimentação), comentou o pesquisador da FGV, que esperava uma desaceleração mais expressiva na alta dos preços dos alimentos - na quadrissemana anterior, a elevação foi de 1,38%.

Para o mês de abril, Picchetti afirmou ao Estadão que acredita numa desaceleração mais significativa nos preços da Alimentação. O grupo já apresenta sinais de queda no atacado, que devem aparecer no varejo, adiantou.

PREÇOS AGRÍCOLAS

Os preços agrícolas também não param de subir. Até o fim do ano passado aumentaram em média 6,2% em relação a igual período de setembro, considerados 17 itens. As maiores altas foram as do milho, trigo e arroz. Para Fábio Silveira, da RC Consultores, o governo deve preparar reservas cambiais, pois o País terá de importar alimentos em 2007. E haverá reflexo na inflação. As carnes serão as que mais pesarão no bolso do consumidor.

MERCADO DAS FRUTAS

Enquanto as frutas, ou pelo menos algumas delas, estão com altos preços nos sacolões os fruticultores do Norte de Minas estão se organizando, para conquistar o mercado externo. A meta da exportação é criar condições para aumentar o plantio de frutas em projetos de irrigação do Gorutuba e do Jaíba, principalmente da banana, que ocupa grandes áreas dentro dos perímetros irrigados. O trabalho conta com o apoio da Epamig- Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado de Minas Gerais, por intermédio da fazenda experimental em Janaúba.

- Com as vendas para outros países, os produtores poderão ampliar a área plantada sem risco de redução de preços no mercado interno, devido à lei da oferta e da procura. Para que a exportação de frutas seja viabilizada, a primeira coisa que precisa acontecer é a organização dos agricultores. E isso está sendo buscado - afirma o chefe da Epamig/Norte de Minas, Marco Antônio Viana Leite.

Segundo ele, com a venda para outros países, a área plantada de frutas da região deverá ter um crescimento de 10% num curto espaço de tempo.

Ao que consta, no parecer da Emater, é que os preços dos alimentos devem cair nos próximos meses.

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