Emater acredita que se organizada, a cadeia produtiva da piscicultura pode render bons frutos. Apesar de ter chovido pouco nos últimos tempos, o Projeto Jaíba, por estar à margem direita do rio São Francisco apresenta opções de investimento que abrangem áreas da fruticultura, olericultura, produção de sementes de olerícolas, bovinocultura e principalmente, piscicultura em canais.

A piscicultura aparece como forma de investimento para empresários e pequenos produtores como alternativa de melhoria da renda e aproveitamento da água que flui pelos canais até os lotes onde será utilizada para irrigação.

O projeto conta com aproximadamente 250 quilômetros de canais com diferentes dimensões, sendo que 55 quilômetros apresentam condições bastante favoráveis de ambiente e fluxo de água para piscicultura intensiva, onde é possível a exploração direta nos canais ou com uso de tanque rede, apresentando um potencial de produção da ordem de 1,5 mil toneladas de peixe ao ano, declara a Emater.

CRESCIMENTO

Nos últimos anos a piscicultura em águas continentais brasileiras, vem crescendo a uma taxa superior a 10% ao ano, sendo conveniente ressaltar o grande potencial de produção, favorecido pelas condições de qualidade da água e clima no Projeto Jaíba.

O gerente local, Aloísio Nery diz que se tratando da infra-estrutura das estações de bombeamento, canais de condução da água e demais instalações, só visitando o Projeto Jaíba para perceber que é possível ter uma idéia da real magnitude e complexidade de um Projeto concebido com tamanha proporção.

- Um dos entraves para a expansão da atividade em canais no Projeto é o entupimento de filtros e emissores nos sistemas de irrigação devido a sujeiras dispersas, provocada pela movimentação dos peixes, o que pode ser sanado com a prévia limpeza dos canais - assinala.

PARCERIA

No ano passado começou a ser construído um projeto que conta com a parceria entre Codevasf - Companhia de desenvolvimento dos vales do São Francisco e Parnaíba, Emater e associações, no sentido de incentivar a criação de peixes em canais e trabalhar com grupos de jovens e produtores rurais, ensinando a conduzir e administrar o empreendimento com técnicas de manejo adequadas às condições dos canais, partindo do princípio de uma limpeza freqüente e eficiente do fundo desses canais; além de evitar problemas de entupimento nos equipamentos de irrigação que ficam à jusante, proporcionará aumento na produtividade pela conseqüente melhoria das condições físico-químicas da água.

Mas, como em qualquer atividade agropecuária é necessário estar atento ao mercado consumidor, para a partir de então dimensionar a escala de produção. Atualmente, a produção de tilápias em seções de canais no Jaíba é baixa e consumida basicamente no município, ficando o restante para municípios circunvizinhos.

ALTERNATIVA

Mesmo apresentando algumas dificuldades, a piscicultura intensiva mostra-se como excelente alternativa para investimento, melhorando evidentemente a renda familiar, além de disponibilizar um alimento de alta qualidade para as famílias.

A estação de piscicultura da Codevasf, com sede em Janaúba, também tem auxiliado os jovens pescadores a conduzir seus tanques rede, que ficam em pontos fixos do rio São Francisco em municípios onde os mesmos foram treinados sobre o manejo e produção entre outros. Em entrevista a O Norte, o gerente da estação, Jackson César Souza Rosa disse que a cada ano tem aumentado o número de alevinos a serem colocados nos rios, lagos e barragens.

Em municípios como Itacarambi, Januária, Janaúba, Pedras de Maria da Cruz, Jaíba entre outros vários tanques rede foram instalados e a orientação do gerente é que depois de seis meses de treinamento, os pescadores assumam em sistema de cooperativa seu próprio negócio. E é bom aproveitar a temporada que prevê a precisão de demanda de peixes. Nessa época do ano, tempo de quaresma, o peixe é o prato que não deve faltar na mesa do norte-mineiro.

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