NOVA YORK - O emissário da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, declarou nesta segunda-feira (24) diante do Conselho de Segurança que o conflito na Síria está se agravando e que o país enfrenta uma crise alimentar crescente, indicaram embaixadores.
Brahimi também declarou aos 15 países membros do Conselho que o regime sírio estima em 5.000 o número de estrangeiros que aderiram aos combates e que retrata a guerra civil como "uma conspiração estrangeira", declararam à AFP embaixadores presentes na reunião.
Ele reiterou que não há, por enquanto, "um novo plano de ação" para resolver a crise síria. Ao se referir à proposta de seis pontos de Kofi Annan, seu antecessor, Brahimi ressaltou que o plano Annan continua sendo "o bom caminho" a ser seguido, acrescentou o diplomata.
O ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, também declarou à imprensa que o plano Annan continua sendo válido "em sua essência". "Nós temos um plano, é o plano em seis pontos adotado pelo Conselho de Segurança", declarou, acrescentando que a Alemanha "apóia o trabalho de Brahimi".
O ex-ministro das Relações Exteriores da Argélia, que reportou ao Conselho os resultados de sua recente visita à Síria, durante a qual se reuniu com o presidente Bashar al-Assad, traçou uma imagem obscura do conflito, que já provocou a morte de 29.000 pessoas em 18 meses, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Ao Conselho, ele afirmou que a tortura de prisioneiros se tornou um hábito e que os sírios temem ir para os hospitais, que estão nas mãos das forças do regime.
De acordo com Lahimi, 1,5 milhão de pessoas fugiram de suas casas e o país tem enfrentado a escassez de alimentos porque as plantações foram destruídas pelos combates entre rebeldes e o Exército regular.