Empresários transformam negócios próprios em franchising

Tatiana Moraes
tmoraes@hojeemdia.com.br
22/08/2018 às 21:53.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:03
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Em meio à crise econômica, que culminou na restrição ao crédito, tem aumentado a quantidade de empresários que desejam transformar o negócio próprio em franquia. Somente na Loja de Franquias, consultoria especializada no setor, o número de executivos interessados em franquear a marca mais do que dobrou em 2018, na comparação com o ano passado. O motivo é simples. Por meio desse modelo de negócios, é possível expandir a rede com investimento de terceiros e alcançar mercados antes inatingidos.

“O crédito está escasso e caro. É difícil que as redes sejam expandidas nesse cenário pelo caminho tradicional. A franquia é uma opção interessante”, afirma o diretor da Loja de Franquias, Lucien Newton. 

Além de ampliar as redes, no modelo de frachising, o custo de operação fica menor. Afinal, as compras para as lojas são feitas em grande escala, aumentando o poder de barganha do dono da marca. Somente no primeiro semestre do ano, as franquias faturaram 13% a mais do que o registrado em igual período de 2017.

Na avaliação da gerente de Inteligência de Mercados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Vanessa Bretas, as franquias podem ser consideradas um negócio menos arriscado pelo fato de serem padronizadas. 

“Quem quer transformar o negócio em franquia precisa seguir a lei que rege o setor (8.955/2014) e elaborar manuais detalhados sobre os processos das empresas. Énecessário criar um negócio perene, com marketing unificado e parte burocrática desenhada, por exemplo. O objetivo é entregar tudo mastigado para quem vai comprar a franquia”, explica. Outro ponto fundamental do modelo de negócio é atratividade. “Ele tem que ter um diferencial”, diz a especialista.

O proprietário do restaurante japonês Kinoko, Cássio Lira, decidiu apostar nesse modelo de negócio para levar o estabelecimento a outras praças. Como diferencial, o restaurante tem uma esteira giratória conhecida como ‘kaiten’, que faz a comida circular pelo salão. Os clientes sentam em volta dessa esteira e pegam o que desejarem. 

Localizado no Buritis, o restaurante é o único de Minas que funciona no sistema ‘kaiten’. Conforme o proprietário, o faturamento do Kinoko, inaugurado há cinco anos, tem aumentado 15% anualmente, mesmo em épocas de crise.

O investimento de quem quiser apostar no negócio gira em torno de R$ 230 mil. No montante, está incluído os R$ 50 mil de taxa de franquia. Por mês, o franqueado deve pagar 6% do faturamento ao franqueador. “Estamos em negociação com três interessados. Um de Belo Horizonte, um de Sete Lagoas e outro de Juiz de Fora”, diz Lira.

Contraponto 

O ponto em que o estabelecimento será implantado é importantíssimo, conforme afirma o diretor executivo da rede de hambúrguer artesanal Bacon Paradise, Bruno Salles. A marca, que chegou a ter 14 lojas em Belo Horizonte, vai encerrar as últimas duas unidades até o final do ano, mantendo apenas o delivery aberto. “É extremamente importante que a rede de distribuição seja bem pensada. O MC Donald’s, por exemplo, faz isso com primor. Vamos dar um passo para trás para dar dois para frente”, diz.

Outra dica do empresário é com relação ao perfil do franqueado. “O perfil do franqueado deve ser bastante atrelado ao negócio. Ele tem que pegar no batente, não adianta ser apenas um investidor”, afirma. 

 

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