Após a ameaça de greve feita pelos motoristas de ônibus de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), o consórcio de empresas que opera o transporte público na cidade recuou e apresentou proposta de reajuste de 7,16% nos salários. Antes, as empresas não haviam oferecido nenhum aumento.
Os motoristas vão analisar a proposta na próxima segunda-feira (3). Até a votação em assembleia, o movimento de greve está mantido.
A categoria ameaçou a paralisação para a 0h de segunda porque, até então, a proposta por parte dos empregadores era de 0%.
Com a ameaça de greve, o consórcio Pró-Urbano, que reúne as empresas operadoras do transporte, recuou e fez hoje a nova proposta.
O sindicato pede reajuste de 16% (6% de reposição da inflação e 10% de aumento real), aumento do prêmio concedido para o motorista cobrar as passagens de R$ 269 para R$ 500, aumento do vale-alimentação de R$ 430 para R$ 500 e participação nos lucros de R$ 600.
Sem dinheiro
Segundo o presidente do Seturp (Sindicato dos Empregados das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Ribeirão Preto), João Henrique Bueno, a prefeitura também se comprometeu a eliminar, em um prazo entre 90 e 120 dias, o uso do dinheiro nos veículos.
No prazo definido pela prefeitura, será estudada a forma de pagamento que passará a ser adotada. Uma das alternativas, por exemplo, é que o embarque ocorra apenas mediante uso de cartão de transporte.
Os motoristas fazem hoje a cobrança das passagens no lugar dos cobradores. A categoria reclama do acúmulo de função, mas recebe um prêmio de R$ 269 no pagamento para executá-la.
Bueno afirma que, se o prêmio for incorporado aos salários, o valor do reajuste chega a 19%. A assembleia está prevista para segunda-feira.