'3º Sinal' pontua história cênica de BH através de figurinos de montagens

Elemara Duarte - Hoje em Dia
19/10/2014 às 08:45.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:40

(Samuel Costa/Hoje em Dia)

O “terceiro sinal” soa e os atores entram em cena. Mas, em Belo Horizonte, o simbolismo deste termo típico do teatro dá nome à exposição inédita que viaja por toda a história das artes cênicas na capital mineira. A diferença é que em “3º Sinal: Belo Horizonte em Cena” o público é quem entra no palco.   Isso é possível graças à cenografia da exposição em cartaz no Museu Histórico Abílio Barreto. Trata-se da “caixa cênica” criada pelo cenógrafo Alexandre Rousset. Ela tem quase tudo o que um palco traz. Cortina na entrada, a “boca de palco”, coxia, iluminação de cena.    Pela primeira vez é reunido em um único espaço 115 anos da história das artes cênicas por aqui. A idade pode ser calculada a partir da inauguração do Teatro Soucasseaux, em 1899 – provavelmente, a primeira casa de espetáculos estruturada da “nova capital”.    “Antes dele, há alguns registros sobre um galpão, próximo do adro da Igreja de Boa Viagem, onde eram realizadas encenações”, lembra a coordenadora de pesquisa da mostra Luana Maia Ferreira.   A curadora da exposição, Gloria Reis, diz que uma das características no perfil do teatro em Belo Horizonte é a formação de grupos. “Aqui, teatro é ofício coletivo”, resume. Gloria explica que o perfil com base na “união faz a força” é que fez com que o teatro por aqui resistisse, inclusive na ditadura.   Trupes e mais trupes Luna Lunera, Galpão, Espanca!... Só para lembrar alguns dos grupos mais conhecidos da atualidade. Neles há outro ponto no qual Gloria se apoia para a caracterização da arte local: a “diversidade”.   “O desafio foi pensar como tratar desta diversidade com uma linguagem expositiva e cênica”, justifica a curadora, que é professora de História da Dança e do Teatro em graduações. Ela foi convidada pela Fundação Municipal de Cultura para montar a exposição.    A mostra traz objetos de locais como o Theatro Municipal de Belo Horizonte, construído por meio da ampliação do Soucasseaux. Dele, há escarradeiras (imagine, tigelas somente para cuspir!) e um majestoso lustre, além dos detalhes do projeto arquitetônico erguido na esquina das ruas Goiás e Bahia, em 1906.    Ainda em cena, ou melhor, em exposição, memórias de movimentos artísticos e de festivais, figurinos, áudios, cartazes e homenagem ao “elenco” desta história real: os atores neste sábado e de hoje. 

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