A Companhia Elevador de Teatro Panorâmico, de Campinas, vem a BH pela primeira vez

Miguel Anunciação - Hoje em Dia
14/03/2013 às 15:47.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:53

(João Caldas/Divulgação)

As artes, o teatro em particular, jamais deveriam se orientar pelo desejo de eficácia, avalia Marcelo Lazzaratto. Ele baseia o que diz por ter dois espetáculos na Mostra Principal do Festival de Curitiba de 2002.

Sua Cia Elevador de Teatro Panorâmico, de Campinas, tinha apenas dois anos de atividade e, em termos de eficácia, a participação gerou mais visibilidade e mais trânsito em relação às leis de incentivo e aos patrocinadores. E nada disso é desprezível. Em contrapartida, talvez as duas montagens não estivessem maduras o bastante.

As condições de agora são bem outras, estão firmadas pelo que os instintos artísticos recomendam. É assim que a Cia vem a Belo Horizonte pela primeira vez, para mostrar “Ifigênia”, sua mais recente criação, no Sesc Palladium, de sexta-feira (15) a domingo (17).

Nela, radicaliza o improviso que vem utilizando há dez anos. Segundo Lazzaratto, “uma técnica bem simples”. Autoriza que cada um dos nove atores possa interagir, improvisar com qualquer ação ou movimento que esteja dentro do seu campo de visão.

Esta escolha garantiria que cada sessão do espetáculo seja realmente única, inteiramente diferente das demais. Sem com isso burlar o que aconteceria de mais precioso no clássico de Eurípedes: o lancinante embate entre os interesses do indivíduo e do coletivo, razão mais importante da crise que viveríamos na atualidade, afirma Lazzaratto.

Neste segundo trabalho com a Cia, o dramaturgo Cássio Pires oferece situações alternativas deste embate particular versus coletivo, sem alterar as bases da fábula original: um pai que oferece a vida da própria filha para entrar em combate e estabelece conflito com a mulher por esta sua atitude.

Entrada gratuita

A despeito das intervenções que se permite, o espetáculo dura em torno de 1h10, é recomendável a maiores de 14 anos e propõe uma iluminação e uma trilha sonora também improvisadas. Dois músicos executam a trilha ao vivo.

Graças aos recursos do Prêmio Myriam Muniz, da Funarte, que a conduzirá a outras capitais, a produção tem entrada franca. Retire os ingressos com duas horas de antecedência. Também oferece workshop grátis sobre metodologia do “Campo de Visão”, de 14h30 às 18h30 de hoje. Inscrições em educativopalladium@sescmg.com.br.

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