Esqueça os tradicionais dicionários e as antiquadas gramáticas estudadas na sala de aula. Em “Viva a Língua Brasileira! – Uma Viagem Amorosa, Sem Caretice e Sem Vale-Tudo, pelo Sexto Idioma Mais Falado do Mundo – O Seu” (Companhia das Letras), o escritor mineiro Sérgio Rodrigues nos apresenta um percurso cheio de humor e informações sobre a nossa língua.
Em mais de 300 páginas, ele trata de dúvidas comuns, origens de expressões idiomáticas, “erros” que existem e não existem, novas palavras etc. O livro é resultado de 15 anos de trabalho do jornalista em colunas de jornais e sites sobre o assunto.
Sérgio pegou o material que tinha em mãos, o reescreveu, coletou informações novas e desenvolveu um trabalho que pode ser apreciado em uma leitura corrida ou como um dicionário de consulta. “Não sou formado em Letras, não sou professor de Português, deixo claro que esse é um enfoque de quem usa a língua portuguesa profissionalmente”, afirma Sérgio. “Não estou preocupado apenas com a formalidade, mas estudei muito, me tornei um autodidata sobre a língua e montei uma biblioteca com livros diversificados e dicionários antigos, alguns do século 19”.
Além de divulgar “Viva a Língua Brasileira!” e pensar em um possível segundo volume, o autor de “O Drible” (vencedor do Portugal Telecom) está escrevendo um novo romance e organizando um livro sobre cartas de diferentes pessoas e várias épocas e temáticas
Segundo o autor, não lhe satisfaz seguir um caminho pela gramática normativa ou pelo da sociolinguística. “Fico à vontade para dar a visão mais arejada e ampla da língua”, conta Sérgio, que participa do projeto “Sempre um Papo” realizado na Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes, no dia 23 de novembro.
Projeto gráfico
Para que o livro pudesse transparecer um jeito novo de se tratar a língua portuguesa, entraram em ação o ilustrador Francisco Horta Maranhão e o projeto gráfico de Debs Bianchi. “Este é um livro de língua que não será visto de cara como uma coisa aborrecida e conservadora”.
Para Sérgio, o grande drama do ensino de língua portuguesa nas escolas brasileiras é a forma com que o assunto é tratado, quase sempre de forma enfadonha. A começar pelas escolhas de livros para serem estudados. “A escola é formadora de não leitores. O menino até chega à escola a fim de ler, mas aí mandam um José de Alencar para garantir que ele não queira mais ler”, afirma Sérgio.