A guerra na visão de uma garotinha muito esperta

Lady Campos - Hoje em Dia
16/03/2015 às 08:18.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:21
 (Ilustrações James Proimos )

(Ilustrações James Proimos )

A escritora Suzanne Collins, de 52 anos, não vivenciou os horrores dos dois maiores conflitos mundiais: a Primeira Guerra (1914-18) e a Segunda Guerra (1939-45), mas o vazio deixado pela saudade do pai, convocado para lutar na Guerra do Vietnã quando ela tinha 6 anos, deixou fortes lembranças e a inspirou a escrever “Um ano na selva” (lançamento da editora Rocco Pequenos Leitores).

Na história, a garotinha Suzy, carinhosamente chamada assim pelo pai, a mãe e os irmãos (Kathy, Drew e Joanie), encontram maneiras de suportar a ausência do pai carinhoso e companheiro. A distância e o tempo são longos, principalmente para Suzy, que avalia a passagem de um ano pela chegada de eventos marcantes, como o início das aulas, o peru assado no Dia de Ação de Graças, a montagem da árvore de Natal.

Em relato no site da editora Rocco, Suzanne contou que toda vez que remexia na cesta com as lembranças da época em que o pai partiu – cartões-postais de Saigon, fotos de quando ela usou fantasia de leopardo das neves para festa de Halloween, e do inseparável gato Rascal – sabia que ali existia uma história.

“Mas quando tentava visualizar um livro, dava um branco”. Ela temia escrever um texto sério e sombrio. “Um ano na selva”, no entanto, é mais que um relato autobiográfico de uma criança. A autora, que ficou famosa e conhecida pela trilogia “Jogos Vorazes” (também inspirado em guerra, no caso a do Iraque, e em reality shows) sentiu-se motivada a escrever o livro depois que o amigo, o prestigiado ilustrador James Proimos, mostrou uma folha contendo desenhos que retratavam o ocorrido. “De repente, comecei a ver as artes através de seus olhos, de suas ilustrações”, disse a autora.

As ilustrações de Proimos encontraram uma fina sintonia com a aridez do tema. Pelo traço do ilustrador os sentimentos de alegria, ansiedade, confusão e medo vividos por Suzy são revelados ao leitor.

A selva, o campo de batalha do pai e os animais que lá existem – o elefante, o rinoceronte, o macaco e a cobra – são mais que cenário e coadjuvantes.

À medida que a protagonista se preocupa, fica assustada ou feliz, eles se modificam. “A selva é retratada em preto e branco, já os bichos são coloridos. Eles assumem novos papéis: a cobra se transforma em arma; o elefante vira um tanque; o rinoceronte agora é um helicóptero e o macaco é o retrato de uma explosão.
 

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