A partir dessa quinta-feira, Tiradentes recebe o “artes vertentes”

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
10/09/2015 às 07:04.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:42

(James-Iroha Uchechkwu)

A escolha de “Crime e Castigo” como tema do Festival Internacional de Artes de Tiradentes – Artes Vertentes, que se inicia nesta quinta-feira (10), na cidade histórica mineira, até poderia indicar um vínculo com a realidade do Brasil nos dias atuais. Mas não. “Pura coincidência. Tem a ver, sim, com a arte pura, pois é um tema atemporal e sempre válido”, diz Maria Vragova, diretora-executiva do evento. “Obviamente, é baseado na obra de Dostoiévski, mas vai além, trabalhando as consequências de nossos atos”, destaca Maria, que é da mesma cidade – São Petersburgo – onde o escritor faleceu, em 1881.   Era de se esperar que a Rússia estivesse representada no festival em vários segmentos artísticos, apesar de Maria salientar que o país não é o foco. Na música, o destaque é o pianista Jacob Katsneslon, premiado no Concurso Sviatoslav Richter, em Moscou.   Da mesma procedência é Serguei Maksimishin, um dos mais importantes fotógrafos russos da atualidade, que apresentará, pela primeira vez na América Latina, a exposição “O Último Império” – no Centro Cultural Yves Alves, também sede da mostra “Fogo, Carne e Sangue”, do nigeriano James-Iroha Uchechkwu, um dos novos expoentes da fotografia africana contemporânea.   “O trabalho de Serguei fala da Rússia atual, como resultado da fragmentação da União Soviética, mostrando-se muito crítico ao governo”, destaca Maria. De um país que pertencia à URSS, por sinal, vem o poeta lituano Tomas Venclova, que, integrante de um movimento dissidente, foi forçado a emigrar em 1977, para os EUA.   Sétima arte   No cinema há uma ponte mais direta com o livro de Dostoiévski, com a exibição de “Raskolnikow” (1923), de Robert Wiene, uma das obras-primas do expressionismo alemão. O filme será acompanhado por uma trilha sonora ao vivo, encomendada ao DJ paulista Paulo Beto.   A Rússia permeia outras obras, como a peça paulista “Sonata a Kreutzer – Uma História para o Século XIX”, que leva ao palco a história de Pózdnichev, personagem criado por Leon Tolstoi. A sonata do título é uma referência à obra de Beethoven, que também foi incluída na programação musical, interpretada pelo violinista inglês Daniel Rowland.   Confira: artesvertentes.com

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por