Toda atenciosa, Tamara, que atende o celular da mãe, Marina Bandeira Klink, avisa: “Vou chamá-la, mas a bateria está fraca”. Naquele momento, a família Klink navegava em pleno Rio Negro – além das duas, Amir e as meninas Laura e Marininha. Hoje, os cinco estão na capital mineira, para falar com o público [/LEAD](às 11h, no Grande Teatro do Sesc Palladium, com entrada franca, no projeto “Sempre um Papo”) e, no caso de Marina, para autografar o livro “Antártica, a Última Fronteira”, de fotografias.
Simpática no último, Marina conta o que motivou a publicação: uma bronca do marido. Explica-se: ao ver a fotógrafa se arriscando à procura de bons cliques, Amyr teria dito que ela colocava a vida em xeque “por nada”. Não, Marina não ficou magoada, mesmo porque, entendeu a preocupação de sua cara-metade. “Tomei como um desafio pessoal. E pensei em uma forma de compartilhar esse material. Organizei as imagens, extrai 180, e pendurei num varal, na sala. Escolhi as menos óbvias, me desviei do clichê”.
Resumindo a ópera, Marina optou por mostrar uma Antártica que vai sensibilizar quem está com os canais abertos para enxergar além do óbvio. “São fotos que dispensam legenda ou texto, que falam por si só. Sabe aquela história da imagem que vale mais que mil palavras?”
Utópico
A fotógrafa lembra que a Antártica é o último continente a ser descoberto, “a ser conquistado”. “É o continente utópico, sem bandeira, sem mesmo uma soberania. Ela é linda por ser de todos, é da humanidade, por isso tento levá-la à casa das pessoas, pois você não ama aquilo que não conhec[/LEAD]e”.
Uma terra também de superlativos. “É muito vento, muito sol, muito mar, muito frio. E muita vida”. Por isso, a obra é um livro de mesa, pesado. “Não daria para fazer um livro miúdo, tinha que ser proporcional (ao que representa)”. Detalhe: em janeiro, o livro foi lançado “de forma global”. Melhor dizendo, na própria Antártica. “Numa antiga estação de pesquisa, hoje o único posto dos Correios de lá. Achei que ela (a Antártica) merecia que eu desse essa contrapartida. Um lugar que me deu tanta alegria... Foi uma homenagem, o primeiro lançamento literário de lá. Estou muito orgulhosa”. l