Acervo da Fundação Clóvis Salgado disponível no Centro de BH

Clarissa Carvalhaes - Hoje em Dia
Publicado em 09/06/2014 às 08:13.Atualizado em 18/11/2021 às 02:55.
A Fundação Clóvis Salgado (FCS) traz boas novas para a classe artística em Minas Gerais. Em entrevista ao Hoje em Dia, a presidente da instituição, Fernanda Machado, revelou que o Centro Técnico de Produção (CTP), instalado em Sabará, terá nova sede a partir do ano que vem, passando a funcionar no Centro de Belo Horizonte. Outra novidade recente é a gratuidade dos cursos técnicos profissionalizantes do Centro de Formação Artística (Cefar). Ainda segundo Fernanda, uma equipe da própria FCS realiza estudos complementares na tentativa de possibilitar a ampliação do benefício para alunos dos cursos livres. Anualmente, a escola recebe cerca de 450 alunos.
 
Os anúncios respondem a uma antiga demanda da classe artística. No que tange à mudança do CTP, Fernanda explica que, além de continuar cumprindo o papel de receber figurinos, adereços, cenários e produções operísticas da FCS, o galpão passará a contar espaços de exposição permanente e a oferecer cursos técnicos que vão além dos que o Cefar oferece atualmente.
 
“Pretendemos dar início à formação de profissionais nas áreas de cenografia, iluminação e maquinaria, por exemplo. Sabe-se que há escassez desse tipo de mão de obra em Belo Horizonte e no próprio Estado. A ideia inicial, mas que já está em discussão, é fazer uma parceria com o Sesc e com o Sesi, assegurando assim a certificação dessas duas entidades”.
 
Cessão garantida
 
O prédio que vai acolher o Centro Técnico já foi definido. No último dia 23, a presidente assinou os documentos necessários que asseguram a cessão do imóvel que hoje abriga a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) – localizado na avenida Assis Chateaubriand, 729 A, no Centro, próximo à Serraria Souza Pinto.
 
“Já demos início ao processo de retirada do que está no imóvel. A própria Codemig está realizando todo o trabalho de agenciamento externo para receber o CTP, bem como a revitalização da fachada está quase no período de encerramento. Entre dezembro deste ano e o início de 2015 estaremos ocupando efetivamente o galpão”.
 
Segundo a presidente da FCS, a mudança para o galpão só não acontece de imediato porque algumas obras de revitalização são necessárias. Dos 4,5 mil metros quadrados que o galpão dispõe, mil metros já estão liberados para os trabalhos começarem. 
 
“O espaço tem que estar apto a receber o nosso acervo. Não é um processo rápido, mas é um dos pedidos da classe artística que por muito foi adiado, e que em breve será atendido: eles terão mais acesso e proximidade ao acervo da Fundação”. 
 
Com a mudança, as instalações em Sabará serão desativadas por completo.
 
Centro de Formação Artística agora é gratuito
  
Em 1987, o Centro de Formação Artística (Cefar) recebeu seus primeiros 50 alunos. Passados quase 30 anos da sua fundação, é, hoje, uma das escolas de formação artística mais importantes do Estado, atendendo jovens dos 7 aos 29 anos – embora os cursos livres permitam a presença de alunos com idade superior. Por ele, passam anualmente uma média de 450 estudantes – 83 que se matriculam nos cursos técnicos profissionalizantes de teatro e dança, e os demais nos cursos livres de teatro, dança e, em sua maioria (cerca de 80%), nas aulas de música.
 
Desde o último dia 2, a gratuidade é garantida. Até então, para estudar no Cefar, o estudante precisava pagar cerca de R$ 2.300 por ano. Segundo Fernanda Machado, presidente da Fundação Clóvis Salgado, instituição que gere o Cefar, o benefício foi determinado após conclusão dos estudos realizados com orientação da Secretaria de Estado de Educação.
 
De acordo com Fernanda, a gratuidade dos cursos técnicos profissionalizantes atingirá todos os interessados, independentemente de terem cursado escolas públicas ou privadas. “Entendemos que é o nosso papel promover um ensino de qualidade atingindo todos os que têm interesse na formação artística. Com a gratuidade valendo desde já, a expectativa é que o número de inscritos aumente”, afirma Fernanda, destacando que 70% dos seus estudantes vêm de escola pública. “Os estudos continuam para buscar, adiante, a implementação da gratuidade também nos cursos livres”, assegura.
 
Casa nova
 
Desde março último, o Cefar passou a integrar o Circuito Cultural Praça da Liberdade. Segundo Fernanda, o prédio foi adequado para receber o curso de música: com isolamento acústico, ar condicionado e novos instrumentos. Batizada Unidade Cefar Liberdade, a escola, bem como todos os equipamentos que a compõe, precisará fomentar o Circuito.
 
Para cumprir a premissa, durante a Copa do Mundo o Cefar levará a Big Band para se apresentar, tanto nos espaços da unidade, como em outros prédios do Circuito e na própria Praça da Liberdade. “A escola sempre teve uma demanda muito rica e específica. Por tudo isso, cresceu junto com a própria Fundação – a ponto de entendermos que o espaço que ocupava, atrás do Palácio das Artes, estava ficando pequenininho demais para ela”, recorda Fernanda. “Antes os alunos tinham contato com o que o Palácio das Artes tinha a oferecer, mas estava sempre vinculado aos seus corpos artísticos e espaços. Agora, a gama de visitantes é maior e mais diversificada”.
 
Pode estudar!
 
Em setembro, o edital do processo seletivo do Cefar será aberto (acompanhe pelo site www.fcs.mg.gov.br). Para Fernanda, a média de 600 inscritos – para concorrer às pouco mais de 400 vagas oferecidas por ano – deve crescer. “Existem o teste teórico e o prático e, cada vez, ficamos mais exigentes. Isso porque precisamos absorver o que há de melhor em Minas Gerais”.
 
Entre as dicas da presidente da Fundação está a necessidade de se observar, atentamente, todas as demandas do edital. “Fique atento às regras, estude e entenda quais são os requisitos básicos. Prepare-se para a parte teórica e prática. Seremos ainda mais rigorosos para evitar evasão”, garante ela.
 
“Os alunos que se formam no Cefar saem preparados para atuar em vários nichos porque participam de vários processos: desde a produção de figurino, cenário e enredo, passando pela assessoria de imprensa e publicidade, além de adquirir experiência como um grande intérprete”. 
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