Adaptação de "A Culpa é das Estrelas" atinge o nível de emoção e lágrimas que o livro provoca

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
04/06/2014 às 09:02.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:52
 (Divulgação)

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Uma das milhares de fãs adolescentes do livro “A Culpa é das Estrelas” e, como todas elas, ansiosa pela estreia da adaptação cinematográfica, Camila Laporte Faria pressiona o pai para levá-la à pré-estreia desta quarta (4), à meia-noite, num dos cinemas de Belo Horizonte.

“Quero ser uma das primeiras a ver o filme para que ninguém me conte nada antes. Nada de redes sociais até lá”, avisa a estudante de 12 anos, que, de tanto insistir, conseguiu fazer com que o pai, Célio, lesse a obra de John Green antes de irem ao cinema.

“Se os atores viessem ao Brasil, como chegou a ser cogitado, provavelmente teria que levá-la ao Rio de Janeiro”, diverte-se Célio, que não condena a idolatria da filha por entender que, na história de amor entre dois portadores de câncer, há um estímulo à leitura.

REALISMO

“É muito bom ver os jovens procurando outros caminhos, como a literatura. É uma história juvenil bacana que lembra um pouco ‘Titanic’, ao fazer um recorte da vida da personagem Hazel”, analisa Célio. Para a filha, a explicação para o fenômeno está no tom realista.

Dona ainda de uma blusa, um moleton, dois broches e três revistas sobre “A Culpa é das Estrelas”, Camila salienta que o autor aborda questões como vida e morte de “uma maneira que nenhum autor fez”, chegando a “matar” alguns de seus personagens.

Editor-chefe do site “Cabine Literária”, especializado em resenhas sobre publicações infanto-juvenis, Danilo Leonardi destaca que o segredo do sucesso do livro de Green está na sua narrativa leve ao enveredar por assuntos sérios.

FILME PARA CHORAR

“Os personagens não são menos ou mais adolescentes por estarem com câncer”, assinala Leonardi. Mas alerta para a expectativa exagerada não criar decepções. “Há fãs radicais em que o gostar está relacionado ao quão fiel é a adaptação”, pondera.

Cita o caso de leitores que já reclamaram do vocabulário usado no filme protagonizado por Shailene Woodley e Ansel Elgort. “Como algumas cenas foram veiculadas, disseram que as palavras extraídas do cotidiano foram substituídas por termos mais populares”.

O crítico de cinema Edu Fernandes avalia que o filme procura ativamente atingir o nível de emoção e lágrimas que o livro provoca. “As falas são bem colocadas nesse sentido e as opções de trilha e direção conspiram para encontrar o choro do espectador”, adianta. 

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