A indicação de "Ainda Estou Aqui" ao Oscar, em três categorias, reforça a importância da história de Maria Lucrécia Eunice Facciolla Paiva, mais conhecida como Eunice Paiva, mulher que se tornou símbolo da luta contra a ditadura militar no Brasil.
Interpretada por Fernanda Torres no filme, Eunice, que faleceu em 2018, teve a trajetória de vida contada no longa brasileiro que disputa o Oscar nas categorias de "Melhor Filme", "Melhor Filme Internacional" e "Melhor Atriz".
Nascida em São Paulo em 1929, Eunice conheceu Rubens Paiva em 1947. Juntos construíram uma família de cinco filhos. O casal foi separado pela ditadura em 1971, quando Rubens foi sequestrado e torturado. A partir daquele momento, Eunice iniciou uma busca incansável pela verdade sobre o desaparecimento do marido.
Apesar da dor e da angústia, Eunice não se deixou abalar. Dedicou a vida à luta por justiça, enfrentando diversas dificuldades, incluindo uma prisão. Após 25 anos de busca, ela conseguiu um atestado de óbito e o reconhecimento da morte de Rubens como vítima da ditadura.
Formada em letras, Eunice se reinventou após o desaparecimento do marido, graduando-se em direito e se tornando especialista em direito indígena. A trajetória inspiradora foi registrada pelo filho Marcelo Rubens Paiva no livro "Ainda Estou Aqui", que serviu de base para o filme dirigido por Walter Salles.