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Esta quarta-feira (24) será um dia de reverência e homenagem a Pacífico Mascarenhas, introdutor da Bossa Nova nas Gerais no final dos anos 1950 e início dos 60. Às 21h, no Teatro Bradesco (rua da Bahia, 2244), acontece o show “Amigos do Pacífico”, que celebra os 50 anos do lançamento do disco “Sambacana”, que contou com a participação de Roberto Menescal, Eumir Deodato e Joyce. No repertório, músicas da lavra do próprio Pacífico e do primeiro time da Bossa Nova, como Tom Jobim, Milton Mendonça e Carlos Lyra.
Após esse disco, lançado em 1964, Pacífico lançou outros seis LPs “Sambacana”, predominantemente bossa-novistas. Esse “namoro” com a Bossa Nova começou antes mesmo de o movimento estourar no país em 1958 com “Chega de Saudade”, de João Gilberto. Eles se conheceram em Diamantina dois anos antes. E colocou no YouTube uma gravação com o baiano de “Pouca Duração”, de sua autoria.
Aos 79 anos, Pacífico considera que a Bossa Nova, embora não seja tão mais executada no Brasil, continua encantando o mundo. “Tom Jobim é o compositor mais amado em todo o mundo. Agora, no Brasil não está mais em evidência. Mas continua forte nos Estados Unidos, na França, na Itália”, frisa.
PIONEIRISMO
Além de introduzir a Bossa Nova em Minas, Pacífico é também pioneiro do disco independente no país. Bem antes de Antônio Adolfo, ele lançou seu primeiro disco, “Um Passeio Musical”, em 1958. E não fica nisso. Sua participação e presença na cena musical brasileira é inesgotável. Após conhecer Milton Nascimento e Wagner Tiso, que vieram de Três Pontas, o compositor convidou Bituca para gravar, em 1965, o disco “Quarteto Sambacana”. “É um disco histórico, pois foi a primeira gravação do Milton”, frisa. Depois, ele iria apresentar Milton a Elis Regina, que produziria anos mais tarde uma das mais longas e fecundas parcerias da MPB.
SHOW
Os amigos de Pacífico são muitos. Talvez um dos maiores seja o idealizador dessa homenagem, Gilberto Mascarenhas, primo dele. “Essa homenagem ao Pacífico está até atrasada, deveria ter acontecido há muitos anos. Ele fez amizade com João Gilberto em Diamantina, travou conhecimento com Tom Jobim, Roberto Menescal. Ele aprendia e depois ensinava para a gente aqui (em BH)”, diz Gilberto, que vai cantar cinco canções no show de logo mais, entre as quais um dos sucessos de Pacífico, “Por Favor Amor”. O espetáculo terá ainda a participação do Clube da Bossa Nova, Marzano Trio, Gabriela, Geraldo Fortes, Ana Luísa e Paulinho Vital.
Projeto
E Pacífico não para. Ele, que é também diretor do Minas Tênis Clube, promete relançar ainda este ano o sétimo disco “Sambacana”. E compôs o “Hino da Turma da Savassi”, do qual foi um dos principais integrantes, nos anos 1950.