Antonio Manuel aponta para arte inovadora com tintas que provocam reflexão

Pedro Artur - Hoje em Dia
08/11/2014 às 09:43.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:56
 (Reprodução das telas)

(Reprodução das telas)

A carreira do artista plástico Antonio Manuel aponta para uma arte inventiva e sempre inovadora com tintas que provocam reflexões. Não há espaço em sua pintura para o estático, ela está em contínuo movimento. E seu novo trabalho – nove pinturas e uma instalação – é prova dessa vitalidade que finca o pé na terra – e no tempo. “Não gosto de repetir nada; gosto do experimento. Buscar coisas novas para meu trabalho é o que motiva, dá prazer e alegria”, assinala.    É com essa perspectiva que o artista abre exposição individual neste sábado (8), a partir das 11h, na Galeria Manoel Macedo Arte. A mostra permanece em cartaz até 6 de dezembro.    Dos trabalhos que serão expostos em BH, apenas a instalação “Nave” e a pintura “Campos Poéticos”, dedicada aos irmãos Campos (os poetas concretistas Augusto e Haroldo), não foram feitas este ano.   Em sua rica e longeva carreira, Antonio participou, por exemplo, de “Apocalipopótese”, organizada por Hélio Oiticica, em 1968, com a obra “Urnas Quentes”, que consistia em caixas de madeira com imagens e textos de jornal, que deveriam ser quebradas pelo público – além de bienais em Paris e Veneza.    Ele mesmo explica seu novo momento artístico. “É um trabalho mais experimental, que utiliza texturas. Utilizo um pouco de papel corrugado, pois ele cria uma retícula, uma coisa gráfica”.    Nas pinturas, Antonio trabalha, pela primeira vez, com tecidos nas telas. Assim, torna-se um processo de inspiração e transpiração. “É uma invenção. Queria registrar algumas marcas do corpo no trabalho. Então colei tecidos que remetem alguma coisa do corpo e depois de muito bem colocado é arrancado da tela com certa violência. Então ficava marcado; ficou o que marcou nesse gesto, nesse ato. A tela incorpora esse ato de colar e descolar”, pontifica.     Dez anos de hiato   Após dez anos, o artista volta a expor em Belo Horizonte. “Tenho uma relação muito boa com Minas, tem uma certa vanguarda nessa (área) de coleção, é um Estado muito importante para as artes desde Aleijadinho, Mestre Athaíde, Amílcar de Castro. Há dez anos encontrei jovens investindo em arte por prazer”, diz esse português...    Ele corrige: “Vim com cinco anos de idade para o Brasil. Minha formação cultural é toda daqui, represento o Brasil nas bienais de Paris e Veneza. Sou mais brasileiro do que muitos brasileiros, como diz meu amigo e crítico de arte Ronaldo Brito”, enfatiza Antonio Manuel, do alto de seus 67 anos.     SERVIÇO   Exposição “Antônio Manuel” na Galeria Manoel Macedo Arte (rua Lima Duarte, 158, Carlos Prates). Abertura: sábado, das 11 às 18h. Visitas de segunda a sexta, das 10 às 19h, e aos sábados, das 10 às 14h. Até 6/12

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