(Samuel Mendes)
Motivo de muita crítica e manifestação da classe artística mineira, o fechamento do Teatro Oi Futuro Klauss Vianna foi adiado para junho do próximo ano. O espaço deveria ser entregue em setembro para o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), novo proprietário da edificação localizada no alto da avenida Afonso Pena. Mas programação do teatro – bem como da galeria e do museu, instalados no mesmo lugar – não parou como inicialmente previsto.
“A classe se mobilizou e achamos por bem continuar mais um pouco. Assim as nossas atividades não se interrompem por um tempo muito longo”, observa Roberto Guimarães, diretor cultural do instituto.
Sobrevida
O Oi Futuro será transferido para o Circuito Cultural Praça da Liberdade, ocupando o Solar Naborna e o Palacete Dantas (onde funcionava a Secretaria de Estado de Cultura), com previsão de inauguração em 2016.
Inicialmente o projeto previa duas etapas, a primeira delas concluída no próximo ano. “Mas tivemos uma mudança de rumo e achamos mais estratégico abrir tudo ao mesmo tempo”, justifica Guimarães.
No endereço atual, a programação do teatro será interrompida no próximo dia 14 e retomada em 10 de janeiro com o espetáculo “Noturno”, do grupo Invertido, dentro da programação do festival “Verão Arte Contemporânea”.
Inaugurado em março de 1990 pela estatal Telemig (privatizada oito anos depois), o teatro receberá ainda a Campanha de Popularização do Teatro a partir de fevereiro. O equipamento conta com 352 lugares na plateia.
O Museu das Telecomunicações, a Galeria de Artes Visuais e a Galeria de Artes Gráficas e Fotojornalismo só retomarão as suas atividades no futuro espaço. “Esses espaços têm equipamentos que serão reaproveitados no Centro Cultural da Praça da Liberdade e por isso sua programação acaba no dia 14”, explica o diretor cultural.
Julgamento
Em junho passado, a classe artística iniciou movimento para que o TJMG revisse a decisão de fechar o teatro, considerado ideal especialmente pelas companhias de dança, devido ao tamanho do palco (12m x 12m).
Em nota divulgada na época, o tribunal avisou que o espaço daria lugar a “sessões administrativas e de julgamento, solenidades e outras ações inerentes às atribuições do Poder Judiciário”.
Desde 2007, quando reiniciou suas atividades sob a coordenação da Oi Futuro, o centro cultural foi visitado por cerca de 330 mil pessoas. No total, foram 236 espetáculos, além de 39 exposições nas duas galerias. Houve ainda 280 mostras de filmes no cineclube.