TEATRO

Armatrux cria show para banda de bonecos com trilha de John Ulhoa

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
16/09/2022 às 11:00.
Atualizado em 16/09/2022 às 14:35
 (Divulgação)

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“Além de teatro, você mexe com outra coisa?”. Paula Manata já perdeu as contas de quantas vezes teve que responder a essa pergunta, exemplar para evidenciar como a cultura vinha sendo tratada no país. “A gente teve toda essa questão política que pôs a gente como marginal, né? Aí a pandemia veio e as pessoas sentiram na pele que não conseguiam sobreviver sem arte”, registra.

A importância das artes é uma das discussões que percorrem “Nhoque”, novo espetáculo do grupo mineiro Armatrux, com estreia neste sábado no Parque Municipal. O protagonista é um boneco que toca rock e é constantemente indagado sobre o que mais sabe fazer. Para quem conhece o trabalho do grupo, sabe que esse é apenas o ponto de partida para uma divertida pesquisa de linguagem.

Há dança, teatro físico e, principalmente, muita música e a manipulação de objetos e de bonecos, marca registrada do Armatrux. John Ulhoa (Pato Fu) assina, junto com Richard Neves, a trilha sonora, com a seleção de hits dos anos 1970 e 1980, além de trabalhos autorais. “Começamos com a ideia de fazer um novo show para a banda de bonecos, mas ele acabou ficando dentro de um teatro musical”.

Para Paula, diretora e uma das fundadoras do Armatrux, a melhor definição para o trabalho do grupo é “teatro de imagens”, em que “o ator, o objeto, o boneco, a luz e o figurino são colocados em cena para construir uma dramaturgia e contar uma história”. 

Pela primeira vez dirigindo um trabalho do grupo, de forma solo, Paula ressalta que a apresentação no Parque Municipal marca um retorno às origens do Armatrux, criado em 1991, a partir de espetáculos feitos na rua. “Nossa primeira apresentação foi na Praça Sete. Nossa intenção era fazer ‘Nhoque’ lá, mas seria uma produção mais complexa, com fechamento de ruas”, assinala.

A favor da rua, explica Paula, está um espaço mais democrático. “A rua está na essência do Armatrux. Somos todos iguais ali, com todo mundo podendo ir e ver a gente. O que seria da gente se não tivéssemos a rua? Mas antes a gente ia para a rua porque as pessoas não poderiam alcançar. Hoje é diferente, porque a gente vai para a rua para encontrar as pessoas”, analisa.

SERVIÇO
“Nhoque” – Neste sábado, às 19 horas, no Parque Municipal (avenida Afonso Pena, 1337). Os ingressos são gratuitos e distribuídos uma hora antes do início da sessão. A lotação máxima é de 700 pessoas.

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