(Museu de História Natural da UFMG)
Belo Horizonte passou a hospedar, no início da semana, uma mostra peculiar de obras em cerâmica: 39 moringas do Vale do Jequitinhonha criadas a partir da década de 1970 e que trazem assinatura de importantes nomes da região, como Ulisses Pereira Chaves, Ana Rodrigues e a Família Batista.
“É a primeira vez que a cidade recebe uma mostra como essa. Uma oportunidade rara para conhecer a arte do Jequitinhonha”, destaca a museóloga Cláudia Cardoso, responsável pela curadoria da exposição. A mostra, aliás, ocupa por tempo indeterminado o Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG.
As peças, das mais variadas formas, tamanhos e cores, fazem parte da coleção do museu, que atualmente conta com mais de 500 objetos, entre jarros, xícaras, bacias, bules e peças de casamento. As moringas, segundo a curadora, pertencem a uma fase de produção que ainda trazem a ingenuidade característica das comunidades não afetadas pela modernidade e pelas encomendas por atacado. “Elas eram produzidas inicialmente para manter a água fresca. Só mais tarde, as peças ganharam caráter decorativo e de obras de arte”, explica.
Ainda segundo a curadora, as peças ilustram o domínio da técnica indígena ressaltando o caráter peculiar do ofício – ao mesmo tempo que alerta para a necessidade de preservação deste patrimônio.
Vale destacar que também pertence ao museu o acervo de arte popular que inclui o Presépio do Pipiripau e que, atualmente, encontra-se em processo de restauro. A previsão, segundo a museóloga, é de que a obra volte a ser exposta no final de 2016. Até lá, o museu abre as portas para o público conferir uma exposição fotográfica sobre o Pipiripau.
Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG (r. Gustavo da Silveira, 1.035, Santa Inês). Terça a sexta, das 9h às 16h. Sábados domingo, de 10h às 17h. Entrada R$ 4. Gratuito para menores de 5 anos e maiores de 65. A visita é gratuita.