Artista apresenta neste sábado, em sessão única, a estreia de "Cena Mecânica com Marcelo Gabriel"

Pedro Artur - Hoje em Dia
06/12/2014 às 11:57.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:17

(Daniel Mansur)

Será uma apresentação única na capital mineira, ao menos por enquanto. Mas, com ela, o ator e dançarino Marcelo Gabriel promete brindar o público com um espetáculo visceral, que coloca em questionamento alguns pilares que sustentam a nossa sociedade contemporânea. “Cena Mecânica com Marcelo Gabriel” será levada ao palco do Teatro da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa.
Em relevo, temas que costuma provocar celeuma. “Falo da sacralização das instituições – como o Estado, as leis, as autoridades e o mercado – que são endossadas pela indústria da fé, do entretenimento e da informação. Constitui o tema central do trabalho, unidas pela possibilidade de profaná-las. Um questionamento da morbidez institucional que vivemos hoje”, avisa o moço.
A peça, na realidade, é um trabalho intelectual e corporal. “É u ma interpretação visceral, na qual potencializo as instâncias inconscientes e imateriais na tentativa de desconstruir minha própria presença em cena, abdicando, por instantes, da minha personagem social limitada”, observa o ator, que interpreta nada menos que cinco personagens em cena, dialogam entre si e com as imagens, causando impacto.
Gabriel rememora que seu primeiro trabalho – “Dança Burra”, de 1987 – serviu de inspiração para a criação de “Cena Mecânica com Marcelo Gabriel”. “Ali, eu destruía uma escultura de minha autoria, perfurando a sua estrutura com meu corpo. Inaugurei essa pesquisa em queda. Agora, me mantenho na vertical nessa produção, e provoco estranhamento no deslocamento tempo-espaço, como se a vida necessitasse de tradução, de legenda”, frisa ele, presença constante – e marcante – na cena cultural de Belo Horizonte. Depois da estreia nacional em Belo Horizonte, a montagem deve seguir em turnê – mas ano que vem – por estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.
Teatro Político
Para o artista mineiro, o teatro tem, basicamente, uma função política. Assim como a própria vida. “Para mim, o mínimo que um artista pode fazer é dar seu depoimento sobre o seu tempo”, avalia Marcelo Gabriel, que, em 2004, levou aos palcos o espetáculo “Com o Casaco de sua Própria Pele”, sobre as mazelas da política tupiniquim. A montagem rodou país afora e foi mostrada no exterior, em países como o Canadá e a Alemanha.

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