‘Artista dourado’, Glauco Moraes transforma sua casa em galeria

Pedro Artur - Hoje em Dia
Publicado em 30/08/2014 às 12:20.Atualizado em 18/11/2021 às 04:00.
 (Frederico Haikal/Hoje em Dia)
(Frederico Haikal/Hoje em Dia)
Pode entrar, a casa é sua. Numa ação um tanto quanto arrojada, o artista plástico Glauco Moraes abre as portas de sua casa – e de seu ateliê – para o público. O que, assegura o moço, seria uma iniciativa pioneira. “Já houve empresários que expuseram obras em suas casas. Mas sou o primeiro artista a se expor na própria casa”, destaca Glauco, que batizou a casa-galeria de “Casa Dourada”.
 
Na visitação – que começa neste sábado (30) – poderão ser conferidas 52 obras da própria lavra do artista e também de mestres como Inimá de Paula, Yara Tupinambá, Petrônio Bax, Jarbas Juarez, Pedro Mota, Daniel Bilac e Fernando Lucchesi, entre outros, que fazem parte do acervo pessoal de Glauco. É bom frisar que a mostra vai funcionar em toda a casa – menos, claros, nos ambientes íntimos.
 
“Há muito tempo queria fazer uma ‘casa-galeria’, pois moro em uma casa que fica numa avenida bem movimentada no São Bento. Bem iluminada e segura, preparada justamente para morar, pintar, ter o ateliê e expor obras. É uma casa-galeria para mostrar a arte de Minas”, avalia.
 
Sim, Glauco detecta uma certa inibição das pessoas, não importando se da classe A, B ou C, em comparecer em galerias de artes. “Quero quebrar esse pedestal no qual está a arte”, complementa. Ao todo, o artista conta que tem 150 obras espalhadas pelas paredes da casa. 
 
Na exposição, Glauco apresenta uma nova fase de seu trabalho. Ele explora as figuras humanas com uma explosão de cores. “Exploro muito o dourado, porque meu apelido nas artes é ‘artista dourado’. Todo artista tem um pouco de medo de trabalhar com a cor dourada, porque a obra pode ficar cafona se não souber utilizá-la, mas uso o dourado de uma forma que cria uma trama de linha que está inserida na pintura. Não é intrusa, ela integra os segredos da escrita dourada”, observa. 
 
Em suas telas, o artista tem sempre inscrições em uma língua desconhecida, criada por ele aos 12 anos. “Desde essa idade – e hoje tenho 43 – criei um dialeto com palavras próprias inscritas nas telas. É uma fórmula alternativa, guardada em cofre e que só será revelada após minha morte”, assinala.
 
GATOS NA VIDA E NA ARTE
 
Considerado por muitos uma pessoa excêntrica, Glauco elegantemente dá de ombros. A fama veio inclusive pelo fato de criar, entre outros animais, gatos da raça Sphyns (sem pelos, como o usado por Lady Gaga no clipe de “Bad Romance”). 
A paixão migrou para o trabalho artístico, com a exposição “O Pulo do Gato”. “São gatos egípcios, de origem canadense. É o gato da Lady Gaga, da Cleópatra, das raças mais antigas. Sempre gostei de animais, já tive, inclusive, duas pitons (cobras). Esses gatos, trouxe da Rússia e do próprio Egito. São muito amorosos. E de um ano para cá, em todas as minhas obras, tenho inserido o gato”, pontua. 
 
SERVIÇO
 
Mostra “Segredos da Escrita Dourada”, com obras e acervo pessoal de Glauco Moraes – Casa Dourada (Rua Ricardo de Carvalho, 15, São Bento). Visitação aos sábados, de 30/8 a 27/9, das 10h às 18h
*Para aqueles que desejam conhecer a casa em outros dias, a visita deverá ser agendada com Mateus Gontijo, em horário comercial, pelo telefone (31) 3261-5885 
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