Um clássico. Motivo pelo qual figura na lista da bacana série "Clássicos em HQ", da L&PM Editores. "As Mil e Uma Noites" (60 páginas, R$ 25, tradução de Alexandre Boide) versão quadrinhos traz, em seus créditos, os nomes de Daniel Bardet (adaptação e roteiro), Rachid Nawa (desenhos) e Julien Ducasse (cores). Detalhe: o caráter pedagógico da coleção fez com que obtivesse apoio da Unesco. Na verdade, já são vários títulos lançados, em belas edições. Obras como "Odisseia", "Dom Quixote", "Robinson Crusoé" e "Guerra e Paz", para citar alguns.

Além da história, um chamariz é um anexo intitulado "A Obra e Sua Época", conduzido com a colaboração de Aboubakr Chraibi. O texto aponta para a gênese da lenda de Sherazade. No início do século IX, começou a circular, em Bagdá, um livro persa intitulada "Mil Contos".

Foi nessa época que teria sido adaptado com o nome "Alf Layla wa-layla", ou "As Mil e Uma Noites". Ainda de acordo com o texto, ainda hoje existiriam duas folhas conservadas desse manuscrito, que corresponderia ao mais antigo fragmento de literatura em língua árabe registrado em papel, datado de 266 da hégira. Ou 888 da Era Cristã.

Barbárie

A história tem início na antiga Pérsia, onde o sultão Schahriar, após flagrar a infidelidade da esposa, ao retornar da caça mais cedo que o previsto, decreta não só a morte da companheira como decide, a partir de então, se casar com uma mulher diferente a cada noite, com uma determinação pra lá de particular. No dia seguinte, o Grão-Vizir se incumbiria de matá-la. Desse modo, o fantasma da traição ficaria devidamente afastado.

Consternada pela barbárie, e decidida a colocar um fim à sangria, Sherazade, que vem a ser uma das duas filhas do Grão-Vizir, se oferece para dormir com o sultão. Na verdade, a bela tem em mente um plano cuja execução empenha também a irmã, Dinarzade.

Sherazade começa a contar a primeira de uma série de histórias, hipnotizando a plateia e fazendo com que, noite após noite, o momento inevitável seja adiado.

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