Bastidores de um clássico que comemora bodas de prata

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
19/07/2015 às 11:44.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:59

(Divlgação)

Vivian Ward é uma prostituta viciada em cocaína que encontra, aparentemente, o seu príncipe encantado, um ricaço perdido no subúrbio de Los Angeles. Mas o que seria um conto de fadas acaba ganhando um desfecho triste, com a cortesã sendo dispensada e pegando um ônibus em direção à Disneylândia.

Desta forma transcorria a trama de “Uma Linda Mulher”, uma das comédias românticas de maior sucesso na história do cinema, que está comemorando 25 anos de lançamento. Se permanecesse com esse plot sombrio, que criticava o aumento da prostituição em L.A., o leitor provavelmente jamais teria ouvido falar em Julia Roberts.

E talvez Richard Gere teria encerrado a sua carreira precocemente, após embarcar em vários fracassos de bilheteria, como “Rei Davi” e “Sem Perdão”. Tanto Julia, uma atriz iniciante na época, quanto Gere devem muito de suas trajetórias a esse encontro no filme, que poderia ter outros pombinhos se não fosse a mão do destino.

MEG RYAN COMO VIVIAN?

Al Pacino, que também não vivia um bom momento, era o nome preferido dos produtores, mas recusou o papel após fazer uma leitura de elenco com Julia. Quem ajudou a convencer Gere, igualmente hesitante, foi sua futura companheira de cinema, que deixou um post it na mesa do ator pedindo para ele dizer “sim” ao projeto.

A atriz de boca grande e belas pernas, por sua vez, foi uma das últimas escolhas, após os produtores tentarem, em vão, a escalação de Karen Allen, Molly Ringwald, Michelle Pfeiffer, Daryl Hannah e Jennifer Jason Leigh, todas com bom currículo e que se recusaram a viver uma prostituta por ser “degradante” ou “sexista”.

Bastidores que foram lembrados, com bom-humor, na reunião promovida pelo programa “Today”, da NBC, em março. Estavam lá, além de Julia e um Gere de cabelos branquinhos, o diretor Garry Marshall e os atores Hector Elizondo e Laura San Giacomo, um gerente de hotel e a colega de profissão de Vivian, respectivamente.

Recordaram do título tenebroso anterior: “$ 3.000, referência ao valor pago pelo milionário Edward Lewis para que a prostituta passasse uma semana ao seu lado. As mudanças foram realizadas a pedido do presidente da Disney, Jeffrey Katzenberg – criador, mais tarde, da Dreamworks, hoje subsidiária da Paramount.

DUBLÊ DE CORPO

Aquela gargalhada gostosa de Julia, deitada no chão e assistindo ao seriado “I Love Lucy”, foi provocada, na verdade. Fora das câmeras, Marshall fazia cócegas no pé da atriz. Mas o que até hoje deixa alguns fãs perplexos é a opção de se usar um dublê de corpo para as cenas mais calientes da “pretty woman”.

Coube à modelo Shelley Michelle essa função. Ela também está (ou melhor, parte dela) na foto do cartaz de “Uma Linda Mulher” – essa mesma publicada ao lado. Com o recurso do Photoshop, só puseram a cabeça de Julia. E quem prestar atenção no pôster notará que o cabelo de Gere é castanho. No filme, grisalho.

Outro detalhe só é perceptível aos fãs de ópera. Quando o casal comparece a um teatro, a história que se passa no palco é extraída de “La Traviata”, de Giuseppe Verdi, sobre uma, adivinhem?, prostituta que cai de amores por um homem de posses.

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