(Mariana Garcia/Divulgação)
Os amantes da ópera estão muito bem servidos neste fim de semana. Belo Horizonte terá três atrações ligadas ao gênero artístico, com propostas bem diferentes. Uma delas é a apresentação de “Così fan Tutte”, ópera de Mozart que será apresentada pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais sábado (esgotado) e domingo, dentro do projeto “Fora de Série”, que este ano homenageia o grande compositor austríaco.
Será uma versão semiencenada, com seis solistas, coro e mobiliário e adereços importantes para a narrativa. “A Sala Minas Gerais foi feita para a música sinfônica, então não tem coxia, fosso e toda a estrutura de um teatro de ópera, por isso não poderíamos fazer uma ópera tradicional”, explica o maestro Fabio Mechetti.
Segundo ele, a comédia “Così fan Tutte” foi escolhida justamente por ser mais simples e possível de ser adaptada a um ambiente diferente. “Com o ‘Fora de Série’, estamos abordando todos os aspectos da obra de Mozart e a ópera foi muito importante”, completa.
"Così fan Tutte” é a última das três obras-primas de Mozart com o libretista Lorenzo Da Ponte, e seu elenco se reduz a seis personagens, agrupados em três pares.
Donizetti
Já no sábado, no Teatro Raul Belém Machado, a Cia Mineira de Ópera apresenta “Rita”, do compositor italiano Gaetano Donizetti. A ópera cômica, que foi apresentada pela primeira vem em 1860, já foi encenada pela companhia no ano passado, em Nova Lima. É uma oportunidade para o público ter acesso a uma peça pouco conhecida de Donizetti, mas que tem grande relevância dentro de sua obra.
Única companhia dedicada ao gênero em Minas Gerais, a Cia Mineira de Ópera tem o objetivo de difundir a ópera especialmente em localidades nas quais as produções são raras ou inexistentes.
No Palácio das Artes
Esta semana, a Fundação Clóvis Salgado, em parceria com a Ensemble OrQuestra, do Reino Unido, deu início ao ciclo de atividades e palestras “Academia de Ópera Barroca”. Além das palestras, a programação prevê encenação das montagens operísticas “Marc’Antônio e Cleopatra” e “Dido & Eneas” – ambas serão apresentadas sexta e sábado, no Grande Teatro do Palácio das Artes, contando com artistas brasileiros e integrantes da companhia britânica.
De acordo com Cibele Navarro, diretora do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart), a ópera passou a ter um destaque maior dentro da Fundação Clóvis Salgado, tanto que um núcleo dedicado ao gênero foi criado este ano. O objetivo é trabalhar a formação de público.
“A ópera não precisa ser vista como algo elitista. É um gênero e a fundação tem que pensar na formação de um público, retirando o clichê de que é algo para poucos”, diz Cibele.
O trabalho começou a ser feito na temporada de “Romeu e Julieta”, quando houve um ciclo de palestras promovidas por profissionais de diferentes áreas, tratando de vários ângulos, como música, cenografia, encenação e direção.
A conexão entre instituições brasileira e britânica foi feita via Marcio da Silva, ex-aluno do Cefart, que hoje é diretor de várias instituições artísticas de Londres. Ele ministra masterclasses sobre música barroca e produção artística na semana que vem.
Serviços: “Così fan Tutte”, com a Orquestra Filarmônica, na Sala Minas Gerais (rua Tenente Brito Melo, 1090, Barro Preto). Ingressos para amanhã estão esgotados. Domingo, às 18h, com ingressos entre R$ 17 e R$ 98.
“Rita”, com a Cia Mineira de Ópera, no Teatro Raul Belém Machado (Rua Leonil Prata, s/n, Alípio de Melo), sábado, às 17h. Ingresso: R$ 40 e R$ 20 (meia). Pagamento somente em dinheiro
Óperas no Grande Teatro do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1537), sexta, às 20h, e sábado, às 18h. Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (meia).