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Acostumado a ver os espetáculos que levam sua assinatura – junto a Charles Möeller – apresentados em espaços fechados, Claudio Botelho não disfarça: se emocionou, e muito, ao ver a reação da plateia – bem, e o volume desta – na primeira apresentação aberta do musical “Milton Nascimento – Nada Será Como Antes”, realizada em Uberlândia, no último dia 13. Em cena, os atores repassaram a vida de “Bituca” diante de nada menos que seis mil pessoas.
E é neste mesmo diapasão (o da emoção) que a montagem chega este final de semana a BH, capital da “terra natal” de Milton (mesmo que, sim, ele tenha nascido no Rio de Janeiro), para depois ainda passar por Ouro Preto e Juiz de Fora. “Digamos que seja a cereja no topo do bolo”, diz Claudio. “Na verdade, essa vinda a Minas já estava sendo desenhada há tempos”. Para as duas sessões no Palácio das Artes, os ingressos já estavam esgotados, mas estava prevista a abertura de mais uma sessão.
Na verdade, Claudio admite que inclusive foi cogitado que o espetáculo estreasse aqui. “Mas as coisas acontecem no momento certo”, conforma-se, enfatizando que a turnê à qual os belo-horizontinos vão assistir é a mesma que passou por praças como Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba. Ou seja, não há uma versão, digamos assim, mais compacta, para circular pelo país.
O musical homenageia os 70 anos de Milton Nascimento e seu meio século de trajetória artística. Estrutura-se em quatro atos, correspondentes às estações do ano. Assim, há composições que remeteriam a um “solar imaginário interiorano” – caso de “Bola de Meia, Bola de Gude”, “Aqui é o País do Futebol”. Já “A Cigarra”, “Girassol da Cor do seu Cabelo” e “Nuvem Cigana” dão colorido à primavera. O outono é moldado por músicas como “Cais”, “Caçador de Mim”, “Encontros e Despedidas” e “Faca Amolada”. E o inverno passa por clássicos como “Nada Será como Antes” e “O que foi Feito Devera”.
Claudio lembra que, no processo de feitura, o homenageado foi sondado sobre duas hipóteses que se abriam no horizonte: poderia participar da elaboração do espetáculo ou simplesmente vê-lo já formatado, na estreia, como um presente, dado por um bom amigo. Milton cravou seu “X” na segunda opção. E não se limitou a ir só na estreia, retornou umas tantas outras vezes. “O mais legal é quando ele ia, sem avisar. Ficava sentado, quieto, nas últimas poltronas, e, ao final, era sempre uma grande emoção. A plateia se virava e aplaudia por cinco minutos. Algumas vezes, ele subia ao palco, junto aos atores”, conta Cláudio.
Trocando em miúdos... “Bem, acho que ele gostou, aparentemente gostou... E sabe tudo o que está acontecendo”, diz ele, que, sim, está na expectativa de o homenageado estar mais uma vez na plateia, agora do Palácio das Artes.