Brasil, Alemanha, Chile, Estados Unidos e Peru. O que não falta na 7ª edição BH Tattoo Festival é opção para os adeptos da tatuagem. O evento, que acontece até este domingo (9), na Serraria Souza Pinto, reúne mais de 400 personalidades do setor, entre tatuadores, body piercers, artistas plásticos, músicos e DJs. A expectativa é que mais de 15 mil pessoas passem pelo local.
De acordo com o idealizador e organizador do festival, Marcus Pequeno, essa é uma oportunidade não só para quem já curte tatuagem, mas, também, para quem ainda não teve muito contato com esse universo e deseja conhecer mais. “Às vezes, a pessoa quer fazer uma tatuagem, mas fica com receio e não sabe nem o que vai fazer. Aqui, as pessoas poderão ver vários estilos de tatuagem, da tribal à aquarela”, afirma.
Marcus destaca que a grande novidade deste ano é Palco BH Tattoo Sonora, que contará com concurso de bandas autorais. Com curadoria de Paulo André, Terence Machado e Rodrigo Garcia, quatro bandas foram selecionadas para o concurso que acontece logo mais, a partir das 18h. Também foram convidados os grupos Dead Fish, Cartoon, Pausa Para Tudo e Regali Blues Band. “Está tudo envolvido. Música é arte, assim como tatuagem”, diz Marcus.
O Miss BH Tattoo 2017 também promete agitar o festival. Segundo Daniela Alves, uma das organizadoras do concurso, neste ano, foram recebidas 67 inscrições de vários cantos do estado, sendo que nove foram selecionadas para a etapa final. “Para a escolha das meninas, usamos como critério o estilo que deve representar a beleza da tatuagem do universo de Minas”, explica. Dentre as premiações, a vencedora ganhará o direito de participar do Miss Tattoo Week, que acontecerá em julho, em São Paulo.
Conforme o tatuador Fabão, um dos profissionais que veio de São Paulo, uma das tendências que parece que vai ficar de vez é a tatuagem em pontilhismo geométrico. "Muitas vezes, se usa fazer metade da tatuagem com desenho e metade com formas geométricas", detalha
Paixão
RM Tattoo Atelier, ela conta que entrou para o mercado há dois anos, por sugestão de um colega da área. "Comecei a pintar quadros e, um dia, estava num estúdio e me disseram: 'já imaginou seus desenhos numa pele?'", recorda.
A despeito daqueles que duvidam da sua capacidade em trabalhar nesse universo, Marcella dá um recado: "tem gente que olha para mim e diz: 'tão novinha... será que vai dar conta do recado?'. São pessoas que julgam pela aparência, mas viemos para mostrar que mulher pode fazer o que quiser", crava ela, que tem visto seu estúdio cheio de clientes. "A demanda é alta", comemora.
profissional que foi no evento a trabalho, mas acabou se tornando também uma das atrações. Com 19 tatuagens, 20 piercers e olhos brancos, a moça foi assediada pelos marmanjos que passavam pelo stand Alessandro Tattoo, onde ela trabalha. “É a primeira vez que acontece de as pessoas me pararem para tirar foto”, diz ela ao achar a situação inusitada. A jovem, que é natural de Itaúna, diz que tatuagem é sua grande paixão. “As minhas sempre têm um significado e expressam um estilo de vida, uma ideologia”, acrescenta.
Rodrigo Catizane, de 30 anos, também é um apaixonado por tatuagens. Ele gosta tanto que irá participar do concurso que vai eleger as melhores tattoos no evento. “No ano passado, também concorri e venci com a tatuagem de um homem velho, em homenagem ao meu avô, feita mim”, conta Catizane, que irá concorrer desta vez nas categorias “preto e cinza”, “colorida” e “melhor do dia”.
Mercado
Segundo o presidente da Associação Mineira de Tatuagem, André Matosinhos, o mercado de tatuagem tem crescido muito nos últimos anos. No entanto, esse crescimento não tem trazido somente benefícios. Para Matosinhos, o desenvolvimento desordenado do setor tem acarretado em riscos, especialmente para os clientes. "Muitos que não têm conhecimento estão entrando para a área achando que podem ser tatuadores por saberem fazer um desenho e pela facilidade que é comprar produtos para fazer as tatuagens", alerta.
Para não cair nas mãos de pessoas não qualificadas, Matosinhos orienta que os clientes verifiquem se o estúdio possui alvarás de funcionamento e sanitário. "É importante ver se o profissional tem um portfólio, procurar indicações. Conhecer o profissional é essencial para a saúde e integridade do cliente, porque aquela tatuagem vai ficar na pele para sempre", pontua.
Serviço:
7º BH Tattoo Festival, na Serraria Souza Pinto (av. Assis Chateaubriand, 809, Centro). Até domingo (9), das 12 às 2h. Mais informações: bhtattoo.com.br.