Bloco da Alcova Libertina muda de endereço e vai para a Praça da Savassi

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
28/02/2014 às 07:37.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:20
 (Renato Sarieddine Araújo - Divulgação)

(Renato Sarieddine Araújo - Divulgação)

Domingo, 10 de fevereiro de 2013. A Praça Duque de Caxias ficou pequena para a multidão que aportou em Santa Tereza para conferir o bloco de Carnaval mais (bem) comentado de Belo Horizonte. Segundo levantamento da Polícia Militar, o bloco da Alcova Libertina atraiu, naquele dia, mais de 20 mil pessoas interessadas em pular e cantar clássicos do rock ao som dos mais diferentes ritmos carnavalescos do Brasil.    O público foi tal que a Prefeitura de Belo Horizonte decidiu restringir o Carnaval em Santa Tereza e a Alcova Libertina teve de mudar o bloco de endereço. Em 2014, o show – que promete ter mais de três horas de duração – acontece no palco montado na Praça da Savassi, dentro da programação do “S.E.N.S.A.C.I.O.- N.A.L.” No domingo de Carnaval, como de costume.   O bloco nasceu da forma mais espontânea possível. A Alcova Libertina é um ateliê coletivo, criado no bairro de Santa Tereza. Em 2011, o grupo decidiu montar um bloco – do tipo “esquenta, mas não sai” –, se apresentando na porta do Bolão, contando com a ajuda do restaurante para plugar os instrumentos musicais. A ideia só foi possível graças à parceria com amigos integrantes do grupo de percussão Frito na Hora.   Debaixo de chuva, a primeira apresentação atraiu cerca de mil foliões. No ano seguinte, já no coreto, foram cinco mil. Em 2013, o que era brincadeira se tornou um projeto sério e a praça foi tomada por 20 mil pessoas. O bloco passou a ser convidado para tocar em festas fechadas e, desde o início de 2014, assumiu uma intensa agenda de shows. Durante o Carnaval, além da Savassi, se apresenta nesta sexta-feira (28) em Ouro Preto e, na segunda-feira, no casa de shows Music Hall, em BH, no projeto “Ensaio Geral”.    “Consideramos o domingo de Carnaval um dia de festa e folia e faríamos a ocupação de qualquer forma, mesmo que o bloco não atraísse tanta gente. Durante o Carnaval, vamos ter cerca de 30 músicos no palco, porque não queremos vetar nossos amigos que querem tocar com a gente. Se dão conta, podem vir”, conta o produtor André Medeiros, explicando que mesmo com tantos shows programados, o bloco da Alcova Libertina ainda não é uma importante fonte de renda para seus integrantes.    Por oferecer um espaço mais amplo, a Praça da Estação chegou a ser cogitada para receber a Alcova. Mas os integrantes viram que poderia não ser uma boa estratégia. “A sugestão era de que fizéssemos o show antes do Molejo e há uma incompatibilidade entre os shows. O convite do “S.E.N.S.A.C.I.O.N.A.L.” pareceu mais coerente, com a possibilidade de atrair um público que aceita bem a produção independente e talvez mais roqueiro”, conta o músico Tamás Bodolay.   Festival ocupa a Savassi e o Mercado das Borboletas   Por falta de verba, o “S.E.N.S.A.C.I.O.N.A.L” correu o risco de não ser realizado em praça pública em 2014. Mas a quinta edição do festival foi confirmada há poucas semanas na programação oficial da Prefeitura de Belo Horizonte e o evento se torna parte do Carnaval da cidade.   Numa parceria inédita com o poder público, o evento ganhou dois dias de realização no palco que será montado na Praça da Savassi – domingo e segunda.    Mais uma vez, a programação do evento segue a linha desenvolvida desde sua primeira edição: uma vitrine para bons nomes da música independente brasileira, com bom destaque para a cena local.    Um dos produtores do “S.E.N.S.A.C.I.O.N.A.L”, Victor Diniz, afirma que ficou uma sensação de que poderia ter sido melhor, caso o acerto com a prefeitura tivesse ocorrido com mais antecedência. “Acreditamos que podemos melhorar. Ano que vem, esperamos uma mudança, que mais pessoas possam participar do processo de organização do Carnaval oficial, e que as pessoas que hoje atuam nessa área permaneçam”, afirma o produtor.   Convidados   Algumas bandas contactadas não puderam vir porque já estavam com suas agendas fechadas. Mesmo assim, conseguiram acertar com duas atrações internacionais (The Yellow Cap, da Alemanha, e Pollerapantallon, da Argentina), com o Porcas Borboletas (que ainda não havia trazido para a capital o show baseado em seu elogiado último disco) e com a Alcova Libertina, maior fenômeno de público do Carnaval belo-horizontino.    Mas o festival não se restringe à rua. Depois da realização de três festas pré-carnavalescas no Mercado das Borboletas, o “S.E.N.S.A.C.I.O.N.A.L” volta ao espaço alternativo do Mercado Novo. Nos cinco dias de “Pra Tudo se Acabar na Quarta-feira”, se apresentam elogiadas bandas de fora de Minas Gerais – Funk Como Le Gusta, O Terno, Academia da Berlinda e Orquestra Voadora.    “As bandas grandes acabam apresentando ao público as (ainda) ‘menos famosas’ que se apresentam na mesma noite”, afirma Diniz.   Carnaval de Ouro Preto tem mais de 60 shows   A programação no Mercado das Borboletas pôde contar com um nome como o Funk Como Le Gusta graças à parceria entre o “S.E.N.S.A.C.I.O.N.A.L” e a produtora Do Brasil, responsável pelas atrações de peso no Carnaval de Ouro Preto.   Pelo segundo ano, a cidade histórica procura apostar em uma programação divertida, mas também de qualidade, valorizando a produção musical contemporânea. As principais atraçõesdo “S.E.N.S.A.C.I.O.N.A.L” – Academia da Berlinda, Funk Como Le Gusta, Pollerapantalon, Graveola, Les Vilains Chicots e Alcova Libertina – também estarão nos palcos montados em Ouro Preto (confira no site www.carnavalouropreto.com). A cidade histórica recebe ainda shows de Bossacucanova, Marcelinho da Lua, Capim Seco e Lurdez da Luz.    Um dos principais diferencias do Carnaval de Ouro Preto é o projeto Candonguêros, que conta com alguns nomes atuantes da música instrumental de BH, como o violonista Rodrigo Torino, o saxofonista Sérgio Danilo e o trompetista Leonardo Brasilino.    Eles tocam nesta sexta-feira (28), a partir das 16h, neste sábado (1º), à meia-noite, e na terça, às 21h. No último dia, o grupo faz uma homenagem aos compositores ouro-pretanos, tocando apenas as canções criadas pelos artistas da cidade. 

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