Hugo Gloss ou Bruno Rocha? Para o jornalista brasiliense hoje considerado um dos maiores “blogueiros das celebridades” do Brasil, tanto faz. “Pode ser Hugo ou Bruno, como preferir. O Hugo veio depois, mas são partes da mesma coisa”, observa o jornalista, que não se surpreende com o interesse do público pela vida das estrelas, sejam do mundo real ou virtual que, a exemplo dele, tem milhares de seguidores em diversas redes sociais.

“Tudo é uma questão de identificação. A internet veio para democratizar tudo, principalmente na questão do entretenimento”, analisa.

O sucesso na web levou-o ao cinema, não em carne e osso, mas como um dos dubladores da animação “Trolls”, que estreará no país no dia 27. Gloss segue o rastro de outros blogueiros “de grife”. Só nesse ano já debutaram na telona o mineiro Lucas Rangel, como dublador em “As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras”, e Kéfera, protagonista do filme “É Fada!”, em cartaz. 

Espaço para todos
Para Hugo Gloss, tanta evidência dirigida a youtubers e blogueiros faz parte de um processo natural que vem ocorrendo no mundo inteiro, nas mais variadas esferas. “No cinema, o interesse deles é atrair um outro público que não vai tanto no cinema e se satisfaz com a internet. É uma estratégia de marketing”, resume. 

“Diferentemente dos artistas, esses influenciadores estão ao alcance das pessoas, como se fossem um amigo. O artista geralmente é quase inatingível. Mas um não elimina o outro. Há espaço para todo mundo”, registra o blogueiro, que atribui o sucesso à rápida identificação e à adaptação ao célere mundo virtual.

“Sempre fui ansioso, meus pensamentos sempre foram rápidos. Gosto da internet por isso, por sua velocidade. No lugar de esperar dar a notícia numa emissora, você já põe tudo no ar... Trabalhar nesse meio é algo natural para mim”, salienta o blogueiro que, em “Trolls”, faz a voz de um personagem “muito parecido com ele”.

Ele dubla um troll chamado Guy Diamond (feita por Kunal Navyar no original), “que é todo brilhoso, cheio de glitter”. A participação é pequena, admite, o que não quer dizer que foi fácil. “Foi algo super novo para mim e divertido, mas você tem que entender as intenções do personagem, o momento, manter-se fiel ao estilo do original”, conta.

Recentemente ele estrelou o programa “Ridículos”, na MTV, comentando vídeos caseiros engraçados. O ano também foi marcante ao participar do tapete vermelho do Oscar e do Emmy, ao vivo. “Sempre fui assim, de falar da vida dos outros, comentando o que está acontecendo. Via muita novela com a minha avó Hilda e lia as revistas como Contigo”.

Esse interesse refletiu no twitter, quando, em 2007, passou a comentar sobre os capítulos de novela, de maneira muito particular. Logo virou amigo de várias celebridades e redator da Rede Globo. “Acabei entrando mais nesse universo, mas gosto de cultura em geral. Comecei a ler bastante cedo, lendo livros que não eram para a minha idade”.

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