Cantor e compositor mineiro morto em 2013 ganha tributo

Pedro Artur - Hoje em Dia
18/06/2014 às 07:50.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:03

(Hoje em Dia/Arquivo)

Música mineira – de qualidade – para paulista ouvir. As composições de Marku Ribas, com arranjos inéditos e instrumentais, pontuam a noite desta quarta, quando o mineiro, falecido ano passado, será homenageado por feras – Toninho Horta (violão e guitarra) e Raul de Souza (trombone) – no Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros, na capital paulista. O espetáculo foi idealizado pelo sobrinho de Marku, Amoy Ribas, que também é compositor e percussionista.


Para Toninho Horta, que conheceu Marku na década de 1970, é importante resgatar a obra diversificada e multicultural desse artista que nasceu em Pirapora. “Recebi o convite do Amoy com alegria. Na verdade, conheci o Marku nos anos 70, em Pirapora, terra do meu avô, da minha família. Tenho grandes lembranças, era uma pessoa batalhadora e competente. Misturava o samba funk a influências do blues, gostava de jazz e, por ser do Norte de Minas, tinha uma ligação forte com o folclore, com a música regional, além de ser um pesquisador”, ressalta Horta, que participou da gravação de um disco de Ribas.
Toninho destaca também o trabalho feito pelo Sesc. “Existe essa visão de valorizar a boa música. Três semanas atrás estive em São Paulo para uma homenagem a Taiguara, um dos compositores mais censurados do país. É muito legal esse resgate de obras de pessoas que já nos deixaram”, enfatiza.


Lançamentos


Uma boa notícia aos fãs de Marku Ribas: há uma série de materiais inéditos a serem lançados. Depois do box “Marku 50”, em comemoração aos 50 anos de carreira do músico (lançado em 2013), ainda deve sair um songbook com partituras de Marku, feito pela UltraMusic/Neutra Editora.


Também há a previsão de chegar às lojas, em breve, o disco “+Samba”, com composições inéditas. Antes de morrer, ele deixou as vozes gravadas. “Era algo impressionante. Ele com aquele cateter, bem magrinho, gravando com aquela vitalidade, eu não acreditava”, lembra Amoy.


Mais dois projetos envolvendo Marku seguem em estudos: um livro de poesias e uma autobiografia. “Ele escrevia aos poucos. Deu um gás e começou a organizar tudo e a escrever mais rápido quando viu que estava doente, mas não chegou a acabar. Deve ter escrito até meados dos anos 1980, a família ainda vai ver o que fazer com esse material”, diz o sobrinho de Marku.
Artista múltiplo, Marku também atuou em filmes. Sua última participação foi em “Obra”, primeiro longa de Gregorio Graziosi, que deve ser lançado em festivais no segundo semestre e estrear em circuito em 2015.


No filme, Marku faz o papel do engenheiro João Carlos Ribeiro de Almeida Neto, pai do arquiteto interpretado por Irandhir Santos.


O longa tem no elenco, ainda, Julio Andrade e Lola Peploe. “Tinha trabalhado com o Marku em ‘Boa Sorte, Meu Amor’. E disse a ele que, quando fizesse meu primeiro filme, queria que ele participasse”, diz Graziosi.
Além de atuar, em “Obra” Marku fez sua última gravação musical, na cena em que ele interpreta “Trastevere”, de Milton Nascimento.


 

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