(Divulgação)
Para contar a trajetória do carnavalesco Joãosinho Trinta, o diretor Paulo Machline escolheu como seu fio condutor uma trama marcada pelos contrastes: pequeno e grande; riqueza e pobreza; erudição e coloquialismo; e machismo e diversidade sexual. Em “Trinta”, que também entra em cartaz nesta quinta-feira (13), Machline trabalha o tempo inteiro com escalas de tamanho, a partir da pequena estatura do maranhense que chega ao Rio de Janeiro para estudar balé e acaba revolucionando o Carnaval com seus temas e adereços. Primeiramente, Joãosinho desiste do balé por estar sempre atrás dos protagonistas. Mas não é no barracão da Salgueiro que ele se “agiganta”, vencendo todos os preconceitos – de tentar incutir sofisticação nos desfiles ao seu jeito afetado, além de ser um forasteiro naquele lugar. LIBERTADOR Machline se contenta em evidenciar a importância em se permitir um olhar de fora para sair das convenções. Especialmente num meio que, apesar de lidar com o popular, era muito conservador. Por outro lado, faz do personagem apenas o “veículo” de uma mensagem. “Trinta” retira as zonas cinzentas do carnavalesco para transformá-lo numa espécie de libertador, que veio ao mundo com a missão de quebrar tabus. Limitada, no entanto, aos morros cariocas. Na pele de Matheus Nachtergaele, sua grandeza é prejudicada pelo esquematismo do roteiro.